quinta-feira, 30 de julho de 2009

Vitória sobre o desânimo

Em nossa época há inúmeras coisas que podem nos levar ao desânimo. A situação se agrava quando se acrescentam os problemas pessoais.

Mas Jesus é maior que tudo! Ele nos ama e jamais permitirá que as provações sejam superiores ao que podemos suportar: "Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Co 10.13). Como discípulos de Jesus, é importante que aprendamos a assumir uma posição interior oposta às dificuldades logo que elas aparecerem, e não deixemos que elas tomem conta de nós. Como podemos fazer isso? Levantando bem alto o escudo da fé! Quero acentuar que isso deve ser feito "imediatamente". Em outras palavras: agradeça logo ao Senhor por estar absolutamente protegido e seguro nEle. Se Jesus Cristo tornou-se nosso Salvador e Senhor pessoal, então a cada hora, a cada minuto, estamos seguros e protegidos de verdade. Assim, lemos em Colossenses 3.3: "...porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus." Não restam dúvidas nem incertezas! O profeta Isaías, inspirado pelo Espírito Santo, diz a mesma coisa quando nos apresenta um quadro maravilhoso, para servir de ilustração a essa verdade tão importante: "Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim" (Is 49.15-16). Deus estava em Cristo e nos reconciliou consigo mesmo. Isso aconteceu na cruz do Calvário, onde literalmente fomos gravados nas palmas de Suas mãos! E este mesmo Deus maravilhoso tem nossos "muros" continuamente diante de Si! Ele sabe das nossas limitações, das nossas mudanças de humor e das nossas falhas! Ele conhece nossas ansiedades e angústias. E através de Sua Palavra Ele nos anima, dizendo: "Eu fiz tudo por você porque o amo. Confie em mim! Não fique olhando apavorado ao seu redor – levante seus olhos para mim! Eu sou o Autor e o Consumador de sua fé!"

Segure novamente as mãos traspassadas de Jesus: numa decisão cheia de fé, lance todas as suas angústias sobre Ele, que se preocupa com você e cuida de você: "lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1 Pe 5.7)! (Elsbeth Vetsch – http://www.aPaz.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 1997.

Vendo a Salvação de Deus

"Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque os meus olhos já viram a tua salvação" (Lc 2.28-30).

Esse evento foi o auge da vida de Simeão: segurar em seus braços e apertar contra seu peito a Jesus, o Filho de Deus. Simeão havia acertado ao esperar de maneira constante e persistente pela consolação de Israel, mesmo tendo ficado idoso, de cabelos brancos. Ele cria nas promessas proféticas, por exemplo, no Salmo 33.4: "Porque a palavra do Senhor é reta, e todo o seu proceder é fiel". Deus jamais decepcionou alguém que confiou plenamente nEle. Mas muitas vezes a demora do cumprimento de Suas promessas serve para nos fazer amadurecer, preparando-nos para vivenciar o cumprimento dos desígnios divinos. Através de uma espera paciente Deus nos conduz a um relacionamento mais profundo e íntimo consigo mesmo. Isso é graça!

Quem vive com Deus de maneira determinada experimenta a glória e os milagres da Sua graça. Foi assim que o velho Simeão foi conduzido por Deus ao templo, movido pelo Espírito, no momento certo! Pois foi justamente nessa ocasião que os pais de Jesus trouxeram seu primogênito ao templo – 40 dias após o nascimento – cumprindo a lei da apresentação, (expiação, conforme Levítico 12). Que ventura deve ter sido para Simeão ver a Jesus e carregar em seus braços o Filho de Deus, o Messias! Essa experiência satisfez a todos os seus mais profundos anseios. E ele agradeceu a Deus em seu cântico (por favor, leia Lucas 2.25-32). Agora Simeão não precisava esperar mais nada na vida e desejava que Deus o chamasse para o céu.

Espero que o anseio de ver a Jesus, movido pelo Espírito, torne-se cada vez mais intenso em sua e em minha vida! Como seria bom se ficássemos desfalecidos de amor pelo Senhor, como a noiva do livro de Cantares, fazendo-nos desejar acima de tudo agradar-Lhe e estar bem perto dEle! "A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!" (Sl 84.2), diz o salmista Davi, que tinha caído em pecado mas também havia experimentado a restauração. No Salmo 85.9 ele testemunha: "Próxima está a salvação dos que o temem, para que a glória assista em nossa terra".

Certamente veremos a glória do Senhor em todo o seu esplendor quando nos encontrarmos com Ele face a face. Por enquanto, ainda temos de passar por períodos de sede, ainda temos de realizar o combate da fé. Um sedento anseia por água. Jesus nos oferece a água da vida e sacia nossos anseios.

Os pastores nos campos de Belém acreditaram na mensagem dos anjos e tiveram pressa para ver a salvação do mundo, e então anunciaram-na a todos. Era a energia da fé que os impulsionava. E assim deve ser também conosco, pois vivemos pela fé, e um dia veremos e experimentaremos a glória dAquele em quem cremos. A glória do Senhor já repousa desde agora sobre aqueles que esperam com paciência pela salvação, e seguem seu caminho com fé, movidos pelo Espírito. Quem tem a Jesus em seu coração irá vê-lO, como diz 1 João 3.2: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é". Então também experimentaremos o que diz a Palavra de Deus em 1 Pedro 1.8: "exultais com alegria indizível e cheia de glória". Que o Senhor lhe conceda uma feliz festa de Natal! (http://www.apaz.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2001.

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Unidade Mundial e a Manifestação do Anticristo

"Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem" (Ap 17.13).

Esse texto das Escrituras é um versículo-chave das profecias para os fins dos tempos. As palavras um só pensamento referem-se à síntese da unidade mundial. Devemos notar bem que os "dez reis" não são forçados a entregar o poder ao maligno, à besta, mas que eles "oferecerão à besta o poder e a autoridade que possuem". Obviamente é decisão unânime dos dez reis permitirem que uma pessoa governe, ao invés de dez.

O velho provérbio: "Unidos, resistiremos; divididos, cairemos", aplica-se a este caso. Com que propósito os "dez reis" entregarão seu poder e sua autoridade? No versículo seguinte temos a resposta: "Pelejarão eles contra o Cordeiro..."

Quanta arrogância! Não se trata de um mal-entendido causado por um erro de comunicação, mas claramente de uma ação deliberada contra o Senhor. O versículo 12 nos mostra que estes dez reis "...recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora", indicando que a besta faz parte da estrutura de poder dos dez reis que voluntariamente transfere sua autoridade à pessoa chamada "a besta". O ímpeto final de todas as nações é dirigido contra o Cordeiro. Por quê? Porque todas as nações estão sujeitas ao governo do príncipe das trevas, o deus deste mundo!

Mil anos antes de Cristo, o salmista escreveu: "Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas" (Sl 2.2-3). Não devemos minimizar a afirmação de que as nações se opõem ao Senhor e escolhem o deus deste mundo. Esses versículos bíblicos acabam com qualquer dúvida de que todas as nações são fundamentalmente contrárias ao Senhor e Seu Ungido.

Alguém pode fazer uma pergunta legítima: "Por que as nações se levantariam contra o Senhor?" O apóstolo Paulo responde: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira" (2 Ts 2.9-11).

Eles optarão entre "sinais, e prodígios da mentira" e "o amor da verdade". Essa é a obra do pai da mentira que engana as nações. As massas humanas o seguirão voluntariamente, de maneira que no final os dez líderes mundiais eleitos entregarão sua autoridade e seu poder ao anticristo.

Em contraste, a intenção de Deus está claramente revelada em João 3.16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". A rejeição intencional da oferta da salvação é o motivo pelo qual Deus "lhes manda a operação do erro".

Quero salientar que: pelas aparências, o mundo imagina que segue a justiça. Os líderes políticos e religiosos pretendem estabelecer a verdade e a prosperidade na terra através da imposição pacífica da democracia em toda parte. Pouco se pode dizer contra os surpreendentes progressos alcançados no que se refere ao nosso padrão de vida – em especial no Ocidente. Que o digam as classes inferiores da sociedade! Poucos sonhavam, há 50, 60, ou 70 anos atrás, adquirir tanto com seus salários. O conforto com que contamos hoje era inconcebível há algumas décadas. Quem, no início deste século, imaginaria possuir telefone, geladeira, ar-condicionado, e um automóvel deslizando suavemente pelas rodovias? Quem alguma vez pensou que teríamos acesso a qualquer tipo de alimento fresco no mercado 24 horas por dia? Estes avanços tornaram-se tão abundantes, graças à unificação dos países. O Estado norte-americano da Carolina do Sul, por exemplo, testemunhou a triplicação da economia num período de apenas duas décadas. Mas, apesar de todo este progresso em benefício da humanidade, o homem continua insatisfeito; há um vazio em seu íntimo.

Em minha visita ao Parlamento Europeu em Bruxelas, na Bélgica, um professor enfatizava entusiasticamente, numa conferência de duas horas, que o sucesso e a riqueza da Europa são apenas o começo. Mais de 30.000 funcionários em inúmeros escritórios trabalham com os 626 representantes eleitos do Parlamento, comunicando-se em 11 idiomas com a ajuda de 7.500 tradutores profissionais. O conferencista enfatizou de forma clara a pretensão da União Européia em assumir as responsabilidades dos países-membros soberanos. "Precisamos de mais europeização", enfatizou o orador. "Identidades nacionais", continuou, "são prioridades secundárias". Tornar-se membro da União Européia é extremamente difícil, mas é impossível retirar-se dela. A constituição não prevê o desligamento de membros. "Isso é para sempre!", disse o orador.

O espírito de unificação é irresistível e infindáveis são as possibilidades. No passado se perguntava: Quem são estes dez reis? Referem-se a dez nações européias? Em 1967 o Dr. Wim Malgo, fundador da "Obra Missionária Chamada da Meia-Noite", escreveu: "Não procuremos por dez países-membros do Mercado Comum Europeu como sendo o cumprimento de Apocalipse 17.12. Ao invés disto, procuremos as dez estruturas de poder que se desenvolverão por iniciativa européia, mas serão de alcance mundial."

Vemos a globalização não só na política e na economia mas também na religião. A maioria dos conflitos militares, tanto no passado como no presente, têm sido basicamente em torno de questões religiosas. No Sudão, os muçulmanos estão assassinando cristãos, mas na antiga Iugoslávia os maometanos foram dizimados por "cristãos" sérvios mais fortes. O conflito entre a Índia e o Paquistão, na verdade, é uma questão religiosa entre muçulmanos e hindus.

Desta forma, a unificação é o próximo passo para a Nova Ordem Mundial globalmente democrática que prosperará pacificamente. Por isso, não fico surpreso ao ver o grande sucesso de movimentos que têm por objetivo unir as denominações. Depois de conseguido isto, o anelo dos homens se voltará para um líder que, de acordo com muitos estudiosos da Bíblia, só espera a hora de se manifestar. Um rei terrível, de "feroz catadura" (Dn 8.23), a besta, o anticristo, está por vir!

À luz de todos estes fatos, como crentes no Senhor Jesus Cristo, o que devemos fazer? A resposta está em 2 Tessalonicenses 2.15-17: "Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra."

(Arno Froese - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Fevereiro de 1999.

Uma resposta ao ateísmo de Richard Dawkins

Pergunta: “O professor Richard Dawkins, de Oxford (Inglaterra), tem sido tão comentado ultimamente que resolvi ler seu livro, Deus, um Delírio.[1] Em um dos capítulos, ele contesta a precisão histórica dos quatro evangelhos, aponta muitas supostas contradições, diz até que os escritores dos evangelhos são desconhecidos e que “é quase certo que nunca conheceram Jesus pessoalmente”. No final, afirma que os evangelhos são uma ficção! Eu sou uma pessoa simples (Dawkins diria que sou “não-intelectual”) e não tenho nenhum problema em confiar em versos bíblicos como “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus” e “Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem”, mas me preocupo com muita gente que pode ter a fé abalada pelas mentiras de Dawkins. Essas pessoas precisam de comprovações para ajudá-las a ver a verdade. Será que vale a pena um cristão comum como eu, que tem apenas a Bíblia e um certificado de ensino médio, tentar se colocar contra esse ateu tão instruído?”.
Resposta: É claro que sim! Cristo afirmou: “Se vós permanecerdes na minha palavra [...] conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.31-32). Sua confiança não está depositada na instrução ou inteligência que recebeu. Lembre-se de como Davi repreendeu o exército de Israel que estava tremendo diante de Golias, com medo de partir para o confronto direto: “Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?” (1 Samuel 17.26b). Ele não foi se aproximando do gigante devagar, repleto de admiração ou medo; ele foi correndo, cheio de ousadia e confiança. Quando os filisteus zombaram dele, Davi gritou: “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo, o SENHOR te entregará nas minhas mãos” (1 Samuel 17.45-46). Hoje em dia, estamos precisando dessa mesma confiança inabalável no Senhor!
Se você realmente conhece a Deus, conhece Sua Palavra e está andando com Ele, já tem tudo de que precisa para envergonhar Dawkins. Não se deixe intimidar por esse homem. Ele está blefando. Ele não é nenhum especialista na “precisão histórica” dos quatro evangelhos. Ele leu alguns críticos que partem do pressuposto de que a Bíblia não é o que afirma ser e então tentam provar isso.
Já foram escritos muitos livros que provam a historicidade da Bíblia e revelam claramente que as alegações de Dawkins contra a Palavra de Deus são mentiras. Eu mesmo já escrevi muito sobre as provas irrefutáveis da autenticidade da Bíblia. Mas vamos tentar aqui uma abordagem mais simples. Acompanhe meu raciocínio:
As alegações dos críticos que atacam a autoria da Bíblia são ridículas. Eles literalmente acusam a Bíblia de ser uma fraude intencional do princípio ao fim! Eles dizem, por exemplo, que Daniel não escreveu o livro que traz seu nome. Ele teria sido escrito séculos mais tarde, por um impostor. E que prova eles têm disso?
Eles estão convencidos de que milagres não acontecem, de modo que a história dos três hebreus andando no meio de uma fornalha ardente sem sequer chamuscar os cabelos não pode ser verdade. Daniel também não poderia ter sobrevivido numa cova de leões famintos; portanto essa história também é ficção. Essa é a “evidência” que os críticos apresentam. É claro que é justamente o que Dawkins está procurando, e ele a passa adiante como se tivesse comprovado pessoalmente tudo que os críticos disseram.
O Livro de Daniel contém profecias precisas a respeito de eventos que a história registra e que ocorreram quatro séculos depois da época de Daniel. Mas os críticos não acreditam em profecia inspirada por Deus. Portanto, o que o Livro de Daniel diz sobre Antíoco Epifânio, por exemplo, não poderia ter sido escrito por alguém chamado Daniel, que viveu nos dias de Nabucodonosor, que foi testemunha ocular e participante dos acontecimentos narrados no livro que traz seu nome, e que recebeu de Deus as profecias ali registradas. “Daniel” tem que ser um impostor desconhecido que viveu 400 anos depois. O Livro de Daniel precisa ser desacreditado, ou seus leitores começarão a acreditar em profecia bíblica e milagres – e, conseqüentemente, em Deus. A única coisa que interessa a Dawkins é desacreditar a Bíblia; ele não quer a verdade que desmascararia seu ateísmo como a tolice que obviamente é.
O mesmo acontece com tudo o que está escrito na Bíblia, dizem os ateus. O nível de irracionalidade dessa afirmação é inacreditável. Ela equivale a dizer, por exemplo, que não existe um só autor honesto entre os escritores bíblicos; todos eles mentiram! Tudo é uma enorme fraude, do Gênesis ao Apocalipse. Os discípulos devem ter sido personagens fictícios; Jesus provavelmente nunca existiu; Paulo inventou um evangelho diferente do que Jesus pregou... e os absurdos se sucedem.
Para que uma fraude dessas proporções fosse tão bem coordenada, século após século, alguém tinha que estar supervisionando a construção da farsa! Ele teria que ser eterno e ter, pelo menos, acesso intermitente à mente humana. Quem poderia ser esse personagem?
As mentiras intencionais e a falsidade que os ateus atribuem aos homens que afirmaram ter sido inspirados por Deus para escrever as Escrituras não têm a menor credibilidade. Por outro lado, o que os escritores bíblicos dizem soa genuíno. Pedro jura solenemente: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares [...]” (2 Pedro 1.16). João diz: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam [...] anunciamos também a vós outros [...]” (1 João 1.1-3). E jura solenemente: “Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (João 21.24). Os ateus insistem em dizer que isso foi escrito séculos mais tarde por um impostor fingindo ser João! Que motivo ele teria, e quem lhe pagou para fazer isso?
Lucas também testifica: “[...] muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares [...], igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído” (Lucas 1.1-4). Será que Lucas também está mentindo? É preciso mais fé para acreditar nessa ridícula teoria de conspiração do que para crer na verdade. Além disso, se todos esses homens mentiram e as profecias foram escritas depois dos fatos acontecidos, por que eles não escreveram as profecias de uma forma mais clara, como impostores certamente teriam feito?

(Dave Hunt, The Berean Call - http://www.chamada.com.br)
Notas:
1. Dawkins, Richard. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2009.

Uma Realidade Irreal

- Peter e Patti Lalonde -

A revista WIRED, na edição de maio de 1999, anuncia um novo e emocionante percurso em desenvolvimento nas "Ilhas da Aventura", parte dos 840 hectares do parque temático da Universal. A WIRED diz: "A maravilhosa aventura do Homem-Aranha conduzirá você dentro da ‘Concha’, uma espécie de cabina arredondada feita de fibra de vidro, que se assemelha a uma mistura de balsa e um carro esporte conversível, e comporta 12 pessoas. A ‘Concha’ – 20 delas correm simultaneamente sobre um trilho elétrico – o levará diretamente para o meio de uma batalha entre o Homem-Aranha e uma gangue de personagens extremamente realista de inimigos da sociedade. Mas a maior surpresa se dá enquanto os carrinhos seguem o percurso: pela primeira vez na história dessas emocionantes aventuras, os carrinhos se movem em sincronia com imagens em terceira dimensão geradas por computadores e projetadas em telas imensas".

O que faz essa tecnologia diferente do que já foi realizado em realidade virtual anteriormente, diz a WIRED, é que "até agora, a combinação de mobilidade com 3-D tem sido considerada improvável, senão impossível, porque os movimentos distorcem a maneira como as imagens em 3-D aparecem para o espectador. Porém, graças às técnicas (que estão sendo patenteadas), criadas especificamente para o Homem-Aranha, a animação do filme é ajustada de acordo com todas as perspectivas onde as cabinas se encontram, mesmo quando estas viram, revolvem e giram sem parar. Além disso, existem também a parte sonora (vibrações sônicas que surgem abaixo de você) e os cenários que se movem (incluindo uma ponte que dá a impressão de ‘destruir’ você), e o resultado de tudo isso é quase a realização de um muito esperado sonho: o uso total da realidade virtual".

Na mesma edição da WIRED foi publicada uma entrevista com o produtor e diretor George Lucas. A respeito do seu novo filme, Guerra nas Estrelas: Episódio I – A Ameaça Fantasma, Lucas ressalta que noventa e cinco porcento do "filme" foram criados digitalmente. Isto significa que o filme foi praticamente produzido via computador. De fato, muitos dos "atores", tais como "Jar Jar", "Watto" ou os vendedores de sucata do planeta "Tattoine", são nada mais do que imagens geradas através dos computadores.

O desenvolvimento na área de realidade virtual e tecnologia digital cria mundos e personagens imaginários bastante próximos da realidade, mas o uso desta tecnologia não é uma tarefa fácil. Por exemplo, para a realização do percurso do Homem-Aranha nas "Ilhas da Aventura", da Universal, foram necessários setenta computadores interligados em rede, que coordenavam e integravam cada elemento do percurso em um espaço de tempo de cinco milissegundos.

Sem nenhum sensacionalismo, acreditamos que tal tecnologia irá impactar e transformar o mundo no futuro. O uso dessa tecnologia terá um impacto no planeta maior do que qualquer outra coisa desde que Jesus andou sobre a terra há dois mil anos atrás.

Essa tecnologia poderá mudar literalmente tudo. Imagine-se usando óculos mágicos que lhe permitam tornar-se parte de qualquer cena que você quiser. Você pode estar andando em uma praia do Caribe ou escalando o Monte Everest. Isso é a realidade virtual.

Você pode imaginar-se estando prestes a cobrar o último pênalti da final da Copa do Mundo de futebol; pode ser o presidente dos Estados Unidos; ou você pode ser um jardineiro cuidando dos jardins virtuais mais lindos do mundo.

A realidade virtual cria ambientes gerados por computador que parecem tão verdadeiros para nós quanto o mundo real; mesmo os sentidos, a visão, a audição, o tato, o paladar e até o olfato se confundem com a realidade virtual.

Essa tecnologia também nos revela uma nova perspectiva no que diz respeito à profecia bíblica. Ao lermos o que as pessoas escreviam sobre as profecias bíblicas nos séculos passados, ficamos surpresos vendo como percebiam claramente o que iríamos presenciar na geração final. Este fato não somente atesta o que foi escrito anteriormente, mas é um testemunho da precisão da Bíblia ao descrever os dias atuais.

Todavia, muitas coisas eram obscuras e ocultas para estes homens de Deus. Não que elas estivessem sendo mantidas em segredo, mas eles não podiam antever os desenvolvimentos atuais nas áreas das comunicações globais, da televisão, dos computadores, ou a realidade virtual.

Agora que podemos contextualizar estas profecias à luz da tecnologia atual, vemos também que tal tecnologia poderia ter, por exemplo, participação decisiva nas profecias concernentes à imagem da besta.

Fornecendo um banquete de deleites para os cinco sentidos, em um mundo virtual sem reais conseqüências, a tecnologia da realidade virtual poderá intensificar o engano e a imoralidade que permeará o mundo depois que a influência restringente do Espírito Santo e da Igreja tenha sido retirada após o arrebatamento. Isto poderá acentuar a aparência de unidade prometida pelo anticristo durante o período da Tribulação, no qual todos estarão conectados simultaneamente em um único mundo virtual.

Naturalmente, a investigação de tais possibilidades proféticas não anula os poderes sobrenaturais que serão desencadeados no reinado do anticristo e de seu parceiro, o falso profeta. Contudo, acreditamos que a realidade virtual e a tecnologia digital terão participação decisiva no engano e no mal que um dia sobrevirão ao mundo. (Peter e Patti Lalonde - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, agosto de 1999.

Uma pandemia com 100 milhões de mortos?

Com relação ao tempo anterior à Sua volta, Jesus falou do aumento de guerras e terremotos e também de epidemias e fomes (Lc 21.11; Mt 24.7). Esses sinais dos tempos foram descritos por Ele como dores iniciais que atingirão nosso mundo antes dEle trazer nova vida à terra através da Sua volta. Há algum tempo os cientistas vislumbram um novo cenário de horror, uma possível onda de gripe aviária com conseqüências nunca vistas para a população mundial:

Uma nova epidemia ameaça a humanidade – um horror com 100 milhões de mortos?

Completamente ignorada pela opinião pública [até recentemente], uma grande epidemia ameaça a humanidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu a respeito de uma catastrófica epidemia de influenza (gripe). Segundo o jargão dos especialistas em epidemias, há 37 anos a humanidade encontra-se numa “fase interpandêmica”, no intervalo entre duas ondas de gripe de extensão mundial. As últimas duas – em 1957 e 1968 – causaram um milhão de mortos cada uma! A maioria das pessoas já não se lembra delas, o que não é de admirar: apesar de terem provocado tantas mortes, os especialistas as consideram “relativamente leves”.

Segundo técnicos do governo alemão, o resumo do cenário é: “As conseqüências poderiam ser desastrosas, com até 100 milhões de mortos... Para os especialistas, uma coisa está clara: nenhum outro fator levaria a tantas mortes em tão pouco tempo. Além disso, em contraste com outras doenças infecciosas, não há proteção, pois o vírus da gripe sofre mutações constantes”.

Klaus Stöhr, coordenador do departamento especial da OMS que cuida da influenza, diz: “Ninguém poderá impedir a próxima epidemia mundial de gripe, quando quer que aconteça!” Suas projeções máximas indicam, apenas para a Alemanha: caso o vírus atinja a sociedade despreparada e a metade da população alemã seja contaminada, o que é bem possível, 600.000 pessoas teriam que ser internadas, das quais 160.000 morreriam.

“Há muito tempo”, adverte Stöhr, “a probabilidade de uma pandemia se propagar não era tão alta”. Desde a última, em 1968, a população aumentou muito, desloca-se mais e, principalmente na Ásia, vive em contato com aves e suínos suscetíveis à gripe. Desde 1977, por diversas vezes o vírus da gripe do frango contaminou seres humanos. Até agora, tem sido possível interromper rapidamente seu avanço. Se, porém, esse vírus se juntar a uma cepa humana de fácil propagação, ele poderia varrer o mundo como uma arma biológica de destruição em massa.

A OMS – sem alarmar a opinião pública mundial – já declarou o pré-alerta máximo. Em novembro de 2004, ela convocou virólogos, especialistas em saúde e diretores de laboratórios de todo o mundo para avaliar a crise. As conclusões foram preocupantes: “Infelizmente, estamos despreparados”, diz a ata. No caso de uma pandemia, haverá uma luta mundial para se obter medicamentos e vacinas para combater o vírus. Atualmente, leva-se cinco meses para desenvolver uma vacina apropriada para uma nova cepa de vírus. Então, a proteção será oferecida conforme as prioridades nacionais. O governo terá de decidir quem vai sobreviver e quem deve morrer! Caso se queira reduzir o número de mortes, as crianças e os jovens terão de ser vacinados primeiro. Se a intenção for garantir o funcionamento do Estado, policiais, soldados, políticos e administradores teriam de ser protegidos antes. A única certeza é que os médicos e enfermeiros teriam absoluta prioridade. Eles não poderão ser contaminados de forma nenhuma.

A capacidade mundial de produção desse tipo de vacina é atualmente de 300 milhões de unidades. Entretanto, seriam necessárias “bilhões” delas. Os locais de produção estão concentrados em nove países: Austrália, Canadá, Japão, EUA, França, Grã-Bretanha, Países Baixos e Alemanha. Outros países têm papel insignificante. É claro que os produtores cuidariam primeiro de si mesmos. Foi o que se mostrou quando ocorreu pela primeira vez a gripe suína nos EUA, em 1976. Os americanos proibiram imediatamente a exportação de vacinas e, assim, colocaram em risco os vizinhos canadenses. Em virtude disso, o Canadá logo se estruturou para começar uma produção própria. “Esse foi um caso de pouca gravidade em comparação com o que poderia ocorrer no futuro” (P.-D.)

O número dos infectados pela AIDS aumenta, os causadores de epidemias tornam-se cada vez mais resistentes e as novas descobertas são extremamente preocupantes. Calcula-se que apenas na Alemanha há em torno de 800.000 infectados pela hepatite C. Outras doenças e epidemias avançam e as advertências dos cientistas sobre possíveis pandemias se assemelham a romances de ficção científica. Não se trata de alarmismo, mas da realidade. O que Deus nos revelou na Bíblia a respeito dos juízos dos tempos finais torna-se cada vez mais provável e aproxima-se constantemente. Jesus referiu-se a eles como sinais da Sua volta, e o Apocalipse fala detalhadamente sobre eles. No que se refere à ameaça de uma epidemia de gripe, chama a atenção a seguinte afirmação: “Atualmente, leva-se cinco meses para desenvolver uma vacina apropriada para uma nova cepa de vírus”. O livro do Apocalipse fala duas vezes de um período de cinco meses quando trata da quinta trombeta:

“O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra, e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte. Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém. Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles. O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem; tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão; tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja; tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses; e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom” (Ap 9.1-11).

Será que essa descrição, além de outros significados, também poderia referir-se a uma epidemia de influenza? Sem dúvida, a fumaça que sobe e traz consigo uma espécie de gafanhotos, faz lembrar uma epidemia viral, que poderia levar muitas pessoas à morte. A duração de cinco meses poderia indicar a desesperadora busca por uma vacina.

Naturalmente sabemos, pelo contexto, que a quinta trombeta refere-se a uma invasão de demônios que atormentarão a humanidade. Eles certamente usarão de diversos recursos para isso, inclusive enfermidades e epidemias.

Sem dúvida essa mensagem não agrada aos homens que não têm mais interesse pela Bíblia. Apesar disso, ela é verdadeira. Deus virá para o juízo, e ai dos que forem Seus inimigos. Adversários de Deus são todos aqueles que ainda não são propriedade integral do Senhor Jesus. Por outro lado, através de Jesus Deus torna-se amigo dos que O aceitam.

Diante dos cenários apocalípticos, muitas pessoas entram em pânico, ficam amedrontadas e deprimidas. Outras simplesmente escondem a cabeça na areia e não querem saber do que acontece à sua volta, fecham-se e não se deixam abalar. Já outras são indiferentes, argumentando: “A volta de Jesus ainda pode demorar muito. Há séculos já se dizia as mesmas coisas”. Sem dúvida, todas as gerações passadas usaram esse argumento e o mesmo será dito pela geração que efetivamente viverá nos tempos finais. Outro grupo se rebela e luta contra a verdade bíblica, combatendo qualquer argumento cristão com zombarias ou evasivas “intelectuais”, rejeitando os alertas como sendo tentativas de criar pânico ou conversa de sectários.

Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). O único caminho para escapar do desastre do nosso tempo é Jesus Cristo. Quem se converte a Ele encontra consolo eterno em meio à inquietação que nos aflige. Para os que crêem em Jesus Cristo há uma boa-nova da parte de Deus: podemos aguardar “dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1 Ts 1.10). “...porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.9).

A ira de Deus começará com a abertura dos juízos apocalípticos anunciados – mas aqueles que estão em Jesus serão guardados. Isso não significa, entretanto, que tais pessoas não poderão adoecer, mas que, em meio à aflição, serão sustentadas por Cristo através de uma esperança viva. Por isso, ninguém deveria entrar em pânico, nem esconder-se atrás de desculpas e da indiferença, mas aceitar a esperança oferecida em Jesus Cristo. (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, julho de 2005.

Um Sacrifício Perfeito, Uma Aliança Superior

Aquela era a última ceia de Páscoa que Jesus celebraria com Seus discípulos antes da crucificação. Enquanto comiam, Jesus tomou um cálice, agradeceu e disse: “isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26.28). É incerto quanto os discípulos entenderam desse pronunciamento profético. Porém, seu significado se esclareceria pouco depois, ao testemunharem a morte sacrificial de Jesus na cruz e lembrarem as palavras que Ele dissera ao erguer o cálice. Foi através de Sua morte e do Seu sangue derramado que Jesus estabeleceu uma Nova Aliança que mudaria o rumo da história da humanidade, tanto para os judeus quanto para os gentios.
Um Superior Sacrifício pelo Pecado
Dia após dia, um sacerdote levita entrava no templo e oferecia sacrifícios de animais para a remissão de pecados, conforme determinava a Lei de Moisés. O sistema sacrificial da Lei era apenas uma sombra do que Jesus iria realizar no futuro, através de Sua morte na cruz. O Livro de Hebreus ilustra de duas maneiras a ineficácia dos sacrifícios levíticos para remover o pecado. Em primeiro lugar, se o sacrifício pelo pecado aperfeiçoasse quem o oferecia em adoração, não haveria necessidade de repeti-lo (Hb 10.2). Em segundo lugar, se os israelitas tivessem sido verdadeiramente purificados do pecado através de sacrifícios de animais, “não mais teriam consciência [senso] de pecados” (Hb 10.2). Mas o fato é que nenhum de seus sacrifícios podia torná-los perfeitos ou livrá-los da consciência do pecado (Hb 9.9). Por quê? “Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hb 10.4). O sangue de animais não tinha o poder de efetuar a redenção; a imolação ritual não podia purificar a carne, isto é, realizar a purificação cerimonial (Hb 9.13).
Através de um nítido contraste, o Livro de Hebreus explica como Deus providenciou um sacrifício melhor para a redenção do homem. Deus Pai enviou Seu Filho Jesus para ser o sacrifício pelo pecado. Jesus tomou parte na obra da redenção e tornou-se o sacrifício da expiação, com profundo e total envolvimento, e não em resignação passiva. Obedecendo à vontade do Pai, Cristo entregou Seu corpo como uma oferta definitiva, permitindo que o pecado do homem fosse removido (Hb 10.5-10). A conclusão é óbvia: Deus revogou o primeiro sacrifício, que dependia da morte de animais, para estabelecer o segundo sacrifício, que dependia da morte de Cristo.
Qual a diferença entre o sacerdócio de Cristo e o sacerdócio dos levitas?
Na Antiga Aliança, centenas de sacerdotes levitas ofereciam, continuamente, sacrifícios inefetivos que “nunca jamais podem remover [apagar completamente] pecados” (Hb 10.11); mas o sacrifício de Cristo removeu os pecados, de uma vez por todas. Os sacerdotes araônicos ofereciam sacrifícios pelo pecado, dia após dia; Cristo sacrificou-se uma só vez. Os sacerdotes araônicos sacrificavam animais; Cristo ofereceu a si mesmo. Os sacrifícios dos levitas apenas cobriam o pecado; o sacrifício de Cristo removeu o pecado. Os sacrifícios dos levitas cessaram; o sacrifício de Cristo tem eficácia eterna. Assim, Cristo está agora assentado “à destra de Deus” (Hb 10.12; cf. Hb 1.3; 8.1; 12.2), o que demonstra que Ele completou Sua obra, obedientemente, e foi exaltado a uma posição de poder e honra.
Cristo, o holocausto supremo e perpétuo, é o único sacrifício pelo pecado que existe atualmente. Os que rejeitam o sacrifício de Cristo têm sobre sua cabeça três acusações: (1) Eles desprezam a Cristo, calcando-O sob seus pés; (2) consideram o sangue de Cristo como profano (comum) e sem valor; e (3) insultam o Espírito Santo, que procurou atraí-los para Cristo (Hb 10.29). Os que rejeitam Seu holocausto redentor são considerados adversários. Na aliança mosaica, os adversários eram réus de juízo e morriam sem misericórdia. Conseqüentemente, as pessoas que rejeitam a Cristo aguardam o horrível juízo de Deus (Hb 10.30-31).
Por meio de Sua morte, Jesus inaugurou um “novo e vivo [vivificante] caminho” (Hb 10.20) para que a humanidade possa chegar à presença de Deus com “intrepidez [confiança]” (Hb 10.19). Portanto, o que possibilita a existência de uma Nova Aliança é o sacerdócio e o sacrifício superiores de Cristo.
Uma Aliança Superior Para os Santos
O Livro de Hebreus revela que Cristo é o “Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas” (Hb 8.6). Ela é mais excelente porque as promessas do pacto mosaico eram condicionais, terrenas, carnais e temporárias, enquanto as promessas do Novo Testamento são incondicionais, espirituais e eternas.
Quais as diferenças entre o Antigo Testamento e o pacto abraâmico?
Deus estabeleceu a aliança mosaica (Antigo Testamento) com a nação de Israel, no Monte Sinai. Esse pacto não foi o primeiro que Deus firmou com o homem, mas foi o primeiro que Ele fez com Israel como nação. A aliança mosaica foi escrita 430 anos depois da aliança abraâmica, e não alterou, não anulou, nem revogou as cláusulas da primeira aliança, a abraâmica (Gl 3.17-19), que era incondicional, irrevogável e eterna.
Muitas pessoas, hoje em dia, confundem a aliança mosaica com a abraâmica e afirmam que a Terra Prometida não pertence mais ao povo judeu porque a nação perdeu seu direito em razão do pecado. Entretanto, Deus garantiu a Israel a posse permanente da terra, não através da aliança mosaica, mas da aliança abraâmica (Gn 15.7-21; 17.6-8; 28.10-14).
As promessas do pacto mosaico eram condicionais. O pré-requisito era que Israel obedecesse aos mandamentos para que Deus cumprisse as promessas de bênçãos, estabelecidas no pacto (Êx 19.5). Mas Israel não cumpriu as cláusulas do pacto. A falha não estava na Lei, pois o mandamento era “santo, e justo e bom” (Rm 7.12), mas na natureza pecaminosa do homem, que se rebelou contra as condições estipuladas no pacto. Essa aliança tinha um poder limitado e não podia conceder vida espiritual nem justificar os pecadores (Hb 8.7-9).
Com quem Deus firmou a Nova Aliança?
A Escritura deixa claro que a Nova Aliança foi feita exclusivamente com Israel (os descendentes de Jacó, pelo sangue) – e não com a Igreja (Hb 8.10). Em nenhum lugar da Escritura a Igreja é chamada de Israel ou “Israel espiritual”, como alguns ensinam. Está claro na Escritura que as bênçãos nacionais, espirituais e materiais prometidas na Nova Aliança serão cumpridas com o Israel literal, no Reino Milenar (Jr 31.31-40).
A Nova Aliança foi profetizada pela primeira vez por Jeremias, seis séculos antes do nascimento de Cristo (Jr 31.31; cf. Hb 8.8). Ao falar do novo pacto, Deus usa os verbos no futuro (“firmarei”, “imprimirei”, “inscreverei”, “serei”, “usarei”, “lembrarei”, veja Hb 8.8,10,12), mostrando que cumprirá as cláusulas dessa aliança. Além disso, o cumprimento depende unicamente da integridade de Deus, e não da fidelidade de Israel.
Se a Nova Aliança não foi firmada com a Igreja, por que foi apresentada em Hebreus 8?
O escritor de Hebreus foi movido pelo Espírito Santo a citar a Nova Aliança com o propósito de ressaltar o fracasso da aliança mosaica e mostrar a Israel que as promessas reunidas num pacto melhor estavam disponíveis através de Jesus Cristo. A Nova Aliança foi instituída na morte do Senhor (Hb 9.16-17), e os discípulos ensinaram seus conceitos à nação de Israel (2 Co 3.6). O fato da nação de Israel ter rejeitado seu Messias resultou num adiamento do cumprimento cabal do pacto, que só ocorrerá quando Israel receber a Cristo, na Sua Segunda Vinda.
Quais são as promessas da Nova Aliança?
• Em primeiro lugar, a Nova Aliança proporciona uma transformação interior da mente e do coração, que só pode ser produzida através da regeneração espiritual. Deus disse: “Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as inscreverei” (Hb 8.10). A Antiga Aliança era exterior, lavrada na pedra (Êx 32. 15-16); a Nova Aliança é escrita “em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2 Co 3.3), através do ministério do Espírito Santo. Isso acontecerá com Israel, como um todo, na Segunda Vinda de Cristo, quando Deus derramará o Seu Espírito sobre o povo judeu não-salvo, fazendo com que se arrependa de seus pecados e aceite Jesus como seu Messias (Zc 12.10; Rm 11.26).
• Em segundo lugar, a aliança mosaica estipulava que os conceitos da Lei, com seus complicados rituais e regimentos, só fossem ensinados pelos líderes religiosos. Os que vivem sob os preceitos da Nova Aliança são ensinados pelo Senhor, por meio do Espírito Santo que habita em seu interior, e recebem poder para andar nos caminhos do Senhor e guardar os Seus estatutos (Ez 36.27).
• Em terceiro lugar, na Antiga Aliança, o pecado era lembrado sempre que um animal era oferecido em sacrifício (Hb 10.3). Na Nova Aliança, Jesus foi o Cordeiro do sacrifício, que, de uma vez por todas, removeu o pecado (Hb 10.15-18) através do Seu sangue. O Senhor disse: “Pois, para com as suas iniqüidades usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Hb 8.12; cf. Jr 31.34). A palavra jamais é uma dupla negativa no texto grego, o que significa que “não, nunca, sob nenhuma circunstância” Deus se lembrará dos pecados do Israel redimido.
• Em quarto lugar, Cristo é o Mediador da Nova Aliança (Hb 9.15-20). O mediador atua como um intermediário entre duas partes que desejam estabelecer um acordo entre si. Os mediadores põem seus próprios interesses de lado pelo bem das partes envolvidas no acordo. Um mediador precisa ser digno de confiança, aceitável pelas partes e capaz de assegurar o cumprimento do pacto. Através de Sua morte, Cristo tornou-se o Mediador da Nova Aliança, e possibilitou a reconciliação de todos aqueles que confiam em Sua obra redentora.
A mediação de Cristo também se estende aos santos que viveram debaixo da Antiga Aliança, bem como aos que virão a crer, no futuro. Cristo concede uma herança eterna a todos os crentes, através da Nova Aliança. Um beneficiário só pode entrar na posse legal da herança com a morte do testador. Para que a Nova Aliança tivesse efeito e, legalmente, pudesse conceder a salvação aos pecadores, Cristo tinha que morrer (Hb 9.15-17).
Até mesmo a aliança mosaica teve de ser inaugurada com sangue para ter efeito legal. Moisés mediou o primeiro pacto tomando o livro da Lei, lendo-o diante dos filhos de Israel – que concordaram em guardar os seus preceitos – e, depois, aspergindo o livro e o povo com sangue (Hb 9.19-20). O fato do Antigo Testamento ter sido firmado com sangue mostrou que era necessária a morte de uma vítima inocente para consagrar e estabelecer uma aliança. Aquele pacto era apenas um tipo e uma sombra que apontava para o dia em que Cristo consagraria e firmaria um Novo Testamento, através do derramamento de Seu próprio sangue. Somente Ele poderia mediar a Nova Aliança entre Deus e a humanidade (1 Tm 2.5).
A Nova Aliança, ao contrário da aliança mosaica, é eterna. O Senhor disse: “Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua” (Ez 37.26). Depois de servir ao seu propósito, o pacto mosaico tornou-se sem efeito. As palavras “antiquado” e “envelhecido” (Hb 8.13) mostram que o pacto mosaico estava esgotado, perdendo as forças e prestes a ser dissolvido.
Embora a Nova Aliança tenha sido feita com Israel, e não com a Igreja, os cristãos têm garantido o extraordinário privilégio de experimentar certos benefícios do novo pacto que passaram a vigorar quando Cristo derramou Seu sangue na cruz. Hoje, a Igreja usufrui das bênçãos espirituais da salvação, estabelecidas na Nova Aliança. As bênçãos físicas do Novo Testamento serão cumpridas com Israel, no Milênio. Os que seguem a Cristo são “ministros de uma nova aliança [testamento, pacto]” (2 Co 3.6) e foram chamados para divulgar a mensagem da salvação. Louvado seja Deus por tão grande salvação!

(David M. Levy - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)
David M. Levi é o diretor dos Ministérios Estrangeiros de The Friends of Israel.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, abril de 2003.

Um apelo à razão

“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve... Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados...” (Is 1.18-20).
Deus quer salvar a humanidade
Foi assim que Deus procurou convencer Israel a abandonar a rebelião para que pudesse receber a salvação, que lhe era oferecida de graça. Ele enviou Seus profetas várias vezes, rogando ao povo que se arrependesse, mas o arrependimento não veio. Por isso, Deus espalhou os judeus pelo mundo inteiro para serem odiados, perseguidos e mortos aos milhões, numa orgia de anti-semitismo que perdura até os dias de hoje, quando o alvo principal é a nação de Israel, parcialmente restaurada.
Deus continua oferecendo a salvação ao mundo, e alerta, em Sua Palavra, que Sua própria santidade irá levá-lO a derramar o juízo sobre todo aquele que exibe sua rebeldia diante da face do Senhor. Ele insiste, com amor, mas ninguém é obrigado a aceitar Sua oferta. Deus deseja que Seus servos, como cristãos genuínos, argumentem com os incrédulos, como fez Paulo com o governador Félix, dissertando acerca “da justiça, do domínio próprio e do Juízo vindouro” (At 24.25). Félix ficou “amedrontado”, mas mandou Paulo embora porque não era “conveniente” para ele submeter-se a Cristo.
Paulo pediu aos crentes de Tessalônica que orassem para que ele fosse livre “dos homens perversos e maus; porque a fé não é de todos” (2 Ts 3.2). Os que dão as costas à fé, sem a qual “é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6), são perversos e maus. Os pecados e os sofrimentos do homem são causados por sua rejeição da revelação dada a toda a humanidade – através da Criação, da consciência (veja Rm 1.18ss.) e da Palavra de Deus. Em seu livro Irmãos Karamazov, Dostoyevsky escreveu: “Sem Deus, tudo é permitido e o crime é inevitável”.
A resposta irracional do homem
A humanidade tem todos os motivos para corresponder ao amor de Deus. Todos! Porém, a maioria das pessoas, independentemente de seu grau de instrução, inteligência ou autoconfiança, age de maneira irracional, e dá provas disso vivendo de maneira egoísta, dia após dia, completamente esquecida de Deus. Esse é o modo de viver do mundo; e, infelizmente, assim vivem também muitos dos que se dizem servos de Cristo.
Segundo pesquisas recentes, uma ampla maioria de americanos afirma ter alguma “fé religiosa” e a porcentagem de pessoas que freqüentam a igreja regularmente é muito maior nos EUA do que em qualquer outro país do mundo. Entretanto, essa “fé” geralmente não vai além de uma preferência pessoal, o que, dificilmente, poderia ser uma razão para se ter esperança na eternidade! A maior parte das pessoas religiosas é tão irracional em sua “fé” quanto os que rejeitam a Deus o são em sua “falta de fé”.
No entanto, todo mundo, até mesmo um ateu, exercita diariamente algum tipo de “fé”. A partir de uma receita médica, escrita numa caligrafia incompreensível, um farmacêutico faz uma mistura de substâncias, cujos nomes nem conseguimos pronunciar direito; e depois, nós ingerimos esse medicamento por “fé”. Todos nós precisamos confiar em outras pessoas (nos pilotos de avião, por exemplo), e colocamos a vida nas mãos de gente que tem mais conhecimento do que nós e que sabe fazer coisas que nós não sabemos, mas que pode cometer erros fatais.
Quando se trata da verdade espiritual e da questão de saber onde vamos passar a eternidade, não há margem para erro. A fé num deus falso ou numa religião vazia não pode ser remediada depois da morte. A opinião de um pastor, padre, rabino ou de uma igreja não tem valor nenhum. Só Deus tem a palavra final. A racionalidade desse pensamento é inquestionável.
Não é razoável acreditar que o homem não passa de um corpo material e que a morte é o fim da nossa existência. As idéias conceituais que expressamos em palavras não são físicas, e nós também não somos. O papel e a tinta com que este artigo foi impresso não têm nada a ver com as idéias que estão sendo transmitidas. Elas poderiam ser comunicadas com a mesma precisão em fita de áudio ou vídeo, pelo rádio, pelo código Morse ou em código binário.
Somente uma inteligência não-física pode formar idéias conceituais e expressá-las em palavras; a matéria não pode fazer isso. Não é a atividade neurológica das células cerebrais que gera nossos pensamentos, pois, se assim fosse, estaríamos à mercê do cérebro: “O que o meu cérebro vai pensar agora?!” Wilder Penfield, um dos maiores neurocirurgiões do mundo, afirmou: “O cérebro é um computador programado por algo que não depende dele: a mente”.
Essa entidade imaterial que chamamos de “mente” pertence à alma e ao espírito que habitam temporariamente no corpo, do qual o cérebro é apenas uma parte. A pessoa imaterial que faz opções autônomas é tão independente do corpo quanto os pensamentos que ela gera e exprime em palavras. Há centenas de referências na Bíblia, desde Gênesis 6.5 a Apocalipse 18.7, em que essa mente pensante é chamada de “coração”: “guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23); “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24.25); “se crês de todo o coração...” (At 8.37); “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9).
O corpo volta ao pó, mas o ser pensante, que viveu nele por algum tempo, é imortal e irá experimentar o gozo eterno, ou a eterna agonia, dependendo das opções que fez durante seu breve período de vida na terra. Portanto, antes de morrer, o indivíduo precisa ter absoluta certeza de onde irá passar a eternidade. Depois da morte, é tarde demais para se arrepender.
Contudo, a maioria das pessoas tem três tipos de atitude: ou não pensa sobre a eternidade, ou adia sua decisão até que seja tarde demais, ou então segue uma religião, ou um líder espiritual, sem averiguar se está seguindo a verdade ou não.
Tentar a sorte com a eternidade, confiando numa esperança vaga, sem ter certeza absoluta, é a coisa mais irracional que alguém pode fazer. No entanto, essa é a situação da maioria dos indivíduos. Pergunte às pessoas por aí o que elas acham que acontece depois da morte, e a maioria vai dizer que não sabe direito. Chegar às portas da morte sem ter certeza do que se vai encontrar do outro lado é o cúmulo da insensatez. Essas pessoas estão agindo de maneira irracional.
Há alguma razão para crer na Evolução?
Darwin ficaria horrorizado ao ver sua teoria ser abalada pela descoberta do DNA. Todos nós surgimos como uma única célula, menor que o ponto no final desta frase.
As instruções para o desenvolvimento do corpo estão codificadas no DNA, numa engenhosa linguagem que apenas certas moléculas de proteína conseguem entender. Seguindo essas instruções, aquela minúscula célula (e todas as outras que serão geradas por ela) irá produzir trilhões de células vivas, utilizando a matéria bruta. Essas células se organizarão de maneira precisa para que, no fim do processo, possam funcionar como um corpo humano.
Obviamente, o próprio DNA não gera (e nem sequer consegue ler) as informações nele contidas. Isso indica, de maneira irrefutável, a existência de uma Inteligência capaz de criar o projeto para a geração do corpo humano. Esse “manual de instruções” não pode ser o resultado de uma sucessão de saltos evolucionários fortuitos, ao longo de bilhões de anos. Essa teoria é absolutamente irracional. No entanto, ela é imposta às crianças em idade escolar no mundo inteiro, por fanáticos tão inseguros que não permitem que uma visão alternativa seja apresentada. As pessoas que os ajudam a empurrar o Criador para fora do Seu próprio universo afirmam que crêem em Deus, mas se esquecem dEle constantemente. Isso é uma irracionalidade absurda!
Choremos com Jó: “... os meus conhecidos se esqueceram de mim. Os que se abrigam na minha casa... me têm por estranho, e vim a ser estrangeiro aos seus olhos. ...até os que eu amava se tornaram contra mim” (Jó 19.14-15,19). Assim é a “fidelidade” dos homens. Mas Deus não abandonou Jó.
Ouçamos o triste lamento de Deus: “Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas... o meu povo não entende. ...abandonaram o SENHOR...” (Is 1.2-4); “...o meu povo se esqueceu de mim por dias sem conta” (Jr 2.32). Apesar disso, Deus continua a exortar, cheio de amor e misericórdia; mas, Sua paciência tem limites.
Que este mundo continue perseguindo seus objetivos políticos e os indivíduos corram atrás de suas ambições durante a breve vida, raramente reconhecendo a existência de Deus, é algo além da compreensão. Que o Deus que criou todo o universo e, graciosamente, nos dá “vida, respiração e tudo mais” (At 17.25), ocupe um lugar tão pequeno nos nossos pensamentos é uma ingratidão que clama até ao céu. Em uma palavra: é irracional. É uma irracionalidade que se vangloria diante da face de Deus, desprezando Seu apelo para arrazoar conosco.
Toda a humanidade está entregue à irracionalidade. O universo martela a nossa consciência diariamente, de todos os lados, com um sem-número das mais óbvias e inquestionáveis provas de que foi criado por um Projetista e Criador Supremo. Negar as evidências e continuar afrontando a Deus com a teoria da evolução é irracional ao extremo!
Apesar de não terem nem um fiapo de evidência que sustente sua teoria, e apesar do fato das evidências científicas contrárias aumentarem a cada nova descoberta, os evolucionistas insistem em negar a existência do Criador. Eles vasculham a terra, obstinadamente, à procura de provas que justifiquem sua rebelião e, como não conseguem encontrá-las, eles as fabricam. Isso, além de irracional, é desonesto!
Negar que Deus criou as instruções contidas no DNA e insistir em afirmar que o olho e o cérebro foram produzidos pela seleção natural, embora sabendo que eles não poderiam contribuir para a sobrevivência enquanto não funcionassem, é o cúmulo da irracionalidade. Espalhar a mentira de que milhões de insetos, micróbios e espécies de peixes e outros animais evoluíram uns dos outros, de alguma maneira, e que esse processo gerou inumeráveis variedades estáveis, sem formas intermediárias – quando deveria haver trilhões delas, se a evolução fosse verdadeira – é o tipo mais corrupto de irracionalidade.
E o que dizer dos milhares de tipos de plantas diferentes, desde a hera até as árvores, flores, frutas, melões, cerejas, cada uma delas com a sua importância, sem mencionar as abelhas e outras criaturas aladas que as polinizam, etc., etc? Sugerir que todos esses seres vivos evoluíram uns dos outros, sem deixar qualquer traço disso é de uma irracionalidade indesculpável!
A falta de princípios é racional?
Os homossexuais e as lésbicas alardeiam sua perversão nas paradas do “Orgulho Gay”. Orgulho de uma depravação repulsiva, que diminui a expectativa de vida do indivíduo em 40 por cento ou mais e que resultaria na exterminação da espécie humana se todos a adotassem?! Será que eles esperam que a clonagem os perpetuará? Este é mais um dos exemplos pecaminosos de irracionalidade que assolam a humanidade.
Muitas pessoas que se autodenominam cristãs desobedecem deliberadamente aos ensinamentos básicos de Cristo e ao Seu exemplo. Vários pastores e teólogos afirmam que ensinam os princípios da Bíblia, mas não acreditam que ela seja infalível e suficiente. Ou, então, declaram que certas porções dela são inspiradas, mas que ninguém pode ter certeza do que Deus realmente disse. Mais uma vez, isso é irracional.
Exigir “tolerância” em questões morais é o máximo da irracionalidade. Não se pode participar nem de um jogo sem regras. Imagine um zagueiro, ao receber um cartão vermelho por causa de uma falta, chamar o juiz de “intolerante”, dizendo que foi “sincero” e, portanto, não está sujeito às regras. Isso é ridículo. No entanto, um número enorme de pessoas faz exatamente o mesmo com Deus. Elas continuam vivendo como se Deus fosse suspender a Sua justiça e permitir que elas entrem no céu, não importa o que pensem, digam ou façam – bastando afirmar que foram sinceras. Essas pessoas (e há milhões delas, inclusive muitas que se dizem cristãs) são inacreditavelmente irracionais.
Não faz muito tempo, tive que passar uma noite no hospital para uma intervenção cirúrgica por causa de uma taquicardia que, vez por outra, me incomodava. Eu gosto de conversar com as enfermeiras e médicos sobre o que realmente importa, e confesso que fiquei impressionado com o número de enfermeiras que me disseram: “Eu posso confiar no que bem entender”. Minha resposta foi: “Então, tirem o soro que eu vou embora daqui!” As enfermeiras ficaram perplexas e perguntaram: “Mas, por que o senhor está dizendo isso?” – “Eu não vou ficar num hospital onde as enfermeiras e médicos podem confiar no que bem entenderem!” Elas responderam: “Estamos falando de religião. É claro que existem procedimentos médicos definidos que temos de seguir...” – “Ah! Então, existem regras para cuidar do corpo, mas quando se trata da alma e do espírito, você pode acreditar em qualquer coisa? Deus não tem regras para a entrada no céu? Isso é irracional!”
O dever de confrontar a irracionalidade do mundo
Esse é o tipo de pensamento irracional que a maioria das pessoas adota nos dias de hoje. Elas são muito sensíveis e cuidadosas com as coisas desta vida, mas, no que se refere à eternidade, a razão é jogada fora. Precisamos confrontar essas pessoas com sua irracionalidade e, em nome de Deus, tentar arrazoar com elas sobre a eternidade e a salvação.
Na noite que antecedeu Sua crucificação diante de uma multidão de escarnecedores, Cristo, desprezado e rejeitado, não tendo lugar para morar, dormiu no chão, sobre uma túnica feita em casa. Apesar disso, mais de um bilhão de pessoas acreditam que um homem que é aclamado por multidões onde quer que passe, que tem centenas de túnicas feitas de seda finíssima, bordadas a ouro, que mora num palácio de 1.100 cômodos no Vaticano, que tem um palácio de verão do mesmo tamanho e várias outras residências, representa Aquele que foi pendurado nu no madeiro. Isso é o cúmulo da irracionalidade.
Infelizmente, a maioria das pessoas que espera que os outros sejam “razoáveis”, não é nem um pouco razoável quando se trata da alma, do espírito, de Deus e da eternidade. A maioria das pessoas religiosas se contenta em deixar que o pastor, ou a igreja, ou algum outro líder religioso ou um guru lhes diga no que devem acreditar, e não se dão ao trabalho de investigar por si mesmas. Isso também é irracional.
Pedro afirmou que devemos estar “sempre preparados para responder a todo aquele que... pedir razão da esperança que há em [nós]” (1 Pe 3.15). Nossa fé em Cristo deve ser tão evidente a ponto de fazer com que as pessoas nos perguntem isso com freqüência. E nossa resposta não deve ser um “testemunho” do modo como fomos salvos (embora isso tenha o seu valor), e sim a razão da nossa fé confiante – “linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito” (Tt 2.8).
O Deus da Bíblia fornece razões mais que suficientes para que creiamos nEle e na Sua Palavra, e convida a humanidade a arrazoar com Ele. Deus não obriga ninguém a aceitar a salvação oferecida em Cristo. Ele quer o nosso coração. Que a nossa vida e as nossas palavras possam convencer a muitos acerca da verdade e da racionalidade da “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3).

(Dave Hunt - The Berean Call - http://www.chamada.com.br)
Extraído do livro Um Apelo à Razão - Criação ou Evolução?.

Trindade - Entendendo a Divindade

I - Mistério Revelado, Mas Não Explicado

- Introdução: A Bíblia não oferece uma exposição didática, sistemática, sobre a natureza da divindade, como Paulo faz com o tema da “justificação pela fé” em Romanos, Gálatas, Efésios, por exemplo. Assim, este tema é profundo e a própria Bíblia fala que nossa mente limitada não pode entender tudo sobre Deus e Seus modos de agir, como reconhecem as próprias “testemunhas” em A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, págs. 181 e 21 (ver abaixo, Obs. 2.A).
Antes da análise dessa importante questão da Divindade, deve-se levar em conta o seguinte: As “testemunhas” são induzidas a crer que os cristãos em geral admitam uma Divindade constituída, seja de três deuses, ou de um deus com três cabeças, enfim, numa concepção sobre a Divindade deturpada e longe da realidade. É mister, pois, esclarecer que não se trata de nada disso. Os cristãos admitem um só Deus, criador e mantenedor do Universo: [Empregar a Tradução Novo Mundo (doravante referida como T.N.M.) para os versos seguintes]--Isa. 44:24, 6 e 14 (“não há outro”); o único Criador: Isa. 44:24 e 45:18) o único Salvador: Isa. 43:11, 45:21; o Deus verdadeiro que não compartilha Sua glória com nenhum outro: Isa. 42:8; 48:11; o “primeiro”e “último”: Isa. 44:6; a única Rocha: Isa. 44:8, Sal. 92:15.

- Em suma, Jeová é o ÚNICO Deus verdadeiro, o único CRIADOR, o único SALVADOR, exclusivo em Sua GLÓRIA, o único ‘PRIMEIRO’ e ‘ÚLTIMO’ e a única ROCHA. Contudo. . .

- A Bíblia também apresenta a Cristo como Deus , como Criador, como único Salvador, como o que compartilhava a glória de Seu Pai, e o que é o “Primeiro” e o “Último”, como a “Rocha”, segundo analisado amplamente neste estudo.

1. A palavra “Trindade” não consta da Bíblia, assim como dela não constam outros termos teológicos tais como “teocracia”, “classe ungida”, “milênio”, “ascensão”, “servo de congregação”, etc.
Obs.: O que interessa são os fatos. As palavras técnicas que os definem são secundárias.

2. A própria Bíblia diz que “Deus é misterioso”, ou o “Deus que se oculta”. Isa. 45:15.

A) Ele está muito além de nossa finita compreensão: Rom. 11:33 e 34.
Obs.: Confirma-o o livro A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, pág. 181: “É verdade que nenhum de nós sabe tudo sobre Jeová e seus modos de agir. Ele é tão grandioso que os homens aprenderão sempre coisas novas a seu respeito”. E na pág. 21, a mesma obra acrescenta: “É verdade que pode haver ocasiões em que nós, como humanos de limitado conhecimento e experiência, não sabemos avaliar plenamente por que certa lei declarada por Deus é tão importante ou como resultará para o nosso bem”.

B) Deus Se oculta (Isa. 45:15) e Se revelaria mais plenamente na consecução do plano de salvação mediante Cristo, perfeita revelação do Deus de amor: Heb. 1:1-3; João 1:18.
Obs.: a) O conhecimento do verdadeiro caráter de Deus como um Deus de amor foi revelado progressivamente por Cristo e Seus apóstolos no Novo Testamento.
b) A doutrina da ressurreição é também exposta de modo mais detalhado no Novo Testamento (I Cor. 15; II Tess. 4, etc.), embora o Velho Testamento traga noções do tema.
c) O Deus que Se afastou, ou ocultou, desde Adão até João Batista, revela-Se agora no Filho Unigênito. João 1:18.

C) CONCLUSÃO: Se não entendemos tantas coisas sobre Deus, Suas leis e Seu modo de agir, como pretenderemos entender tudo sobre Sua natureza divina?

3. Na Bíblia há outros “mistérios”, fatos além de nossa limitada compreensão:

A) O “mistério da iniqüidade”: II Tess. 2:7.
Obs.: Como entender que num ambiente de perfeição absoluta, Lúcifer haja permitido que a semente do mal brotasse em seu coração?

B) O “mistério da piedade”: Rom. 16:15.
Obs.: A profundidade insondável do amor de Deus que “amou o mundo de tal maneira”. João 3:16.

C) Paulo fala do “mistério da Sua vontade”: Efés. 1:9, 10 e 3:3-9.
Obs.: a) Pode-se dizer que a doutrina da Trindade é um “mistério revelado”, mas não um “mistério decifrado”.
b) Só o Espírito de Deus sabe as coisas íntimas de Deus: I Cor.: 2:11.
c) Declara o autor Sabatini Lalli, do livro O Logos Eterno: “Ao homem impotente e finito, cabe aceitar o mistério e dizer com o salmista: ‘Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir’”.--Sal. 139:6.

II - Três Deuses ou Três Pessoas Divinas?

1. Os crentes trinitarianos não adotam a noção de existência de três deuses, ou de um Deus com três cabeças, etc. Crêem, antes, em que três personalidades co-eternas e co-iguais formam uma só Divindade.
Obs.: Pode-se ilustrar com a maneira em que se divide o governo: Legislativo, Executivo e Judiciário. São três poderes distintos, constituindo, porém, um só governo. Outras ilustrações: os dois que formam um (Gên. 2:24); a água, o vapor e o gelo; a união entre os crentes que formam um só corpo: João 17:21; I Tess. 5:23-o homem, composto de corpo, alma e espírito, mas uma só pessoa.

2. O termo “pessoa”, que confunde alguns, é usado em sentido analógico. Trata-se de mera comparação, um pobre recurso humano na tentativa de expressar coisas divinas.
Obs.: Falar do Pai, Filho e Espírito Santo como “pessoas” é um recurso didático. Revela a dificuldade em utilizar o pobre vocabulário humano para referir-se às coisas do Alto.

3. Existentes desde a eternidade:

A) O Pai: Dan. 7:9 (“Ancião de Dias”).
B) O Filho: Miq. 5:2; Isa. 9:6.
Obs.: Diz o livro A Verdade que Conduz à Vida Eterna, pág. 19, que Deus é “‘de eternidade em eternidade’, significando que não teve princípio nem terá fim.-I Tim. 1:17; Sal. 90:2”. Mas a mesma palavra hebraica para eternidade em Sal. 90:2 é usada em Miq. 5:2 que se refere ao Filho.
C) CONCLUSÃO: A própria “Sociedade” fornece as provas de que o Filho não teve princípio nem terá fim (ver ainda Isa. 9:6).

4. Separados, mas unidos:

A) Mat. 3:16, 17: Jesus, o Espírito e a voz do Pai.

B) João 14:26: “O Espírito Santo a quem o Pai enviará em Meu nome”.

C) Atos 7:55, 56: “Estando cheio do Espírito Santo . . . viu a Jesus em pé, à mão direita de Deus”.
Obs.: a) A Trindade não representa uma multiplicidade de deuses, mas uma Divindade constituída por três personalidades distintas.
b) Há perfeita harmonia entre as três pessoas divinas: Mat. 28:19; II Cor. 13:13; I Ped. 1:2.
c) A própria “Sociedade”, embora negando a Trindade, batiza os seus membros “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.-

D) Três unidos na Criação: Efé. 3:9; Gên. 1:2 (“O Espírito de Deus movia-Se sobre as águas”) e Heb. 1:8-10 (cf. João 1:3).
Obs.: a) No relato da Criação, é empregada a palavra “Elohim”com referência a Deus na maior parte das vezes. Esta é uma palavra que indica o plural.
b) Deus e Cristo referem-se a Si próprios no plural: Gên. 1:26; 3:22; 11:6, 7; João 3:11; Mat. 3:15.
c) Gên. 3:22 é significativo, pois o homem tornou-se “como um de nós” conhecendo o bem e o mal. Também Gên. 11:6, 7, onde “Jeová disse . . . vamos! Desçamos e confundamos o seu idioma”. T.N.M.

E) O trono da Divindade: Apoc. 7:17.
Obs.: a) Há um só trono, tanto para Deus como para o Cordeiro: Apoc. 22:1.
b) Jesus Cristo, o Cordeiro, está assentado no meio do trono, à destra de Deus. Se está à direita e no meio, há, portanto, uma posição à esquerda. Alguém ocupa tal posição. Quem poderia ser, senão a terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo?
c) A própria T.N.M., redigida de encomenda para negar a Trindade, nos ajuda a confirmar o exposto acima: No Salmo 110:1-5 o que se assenta à direita de Jeová no verso1 é também chamado de Jeová (v. 5)!

F) Mesmas características para os três:
a) Somos: - Templos de Deus: I Cor. 3:17; - Templos do Espírito: I Cor. 6:19; - Morada de Cristo: Gál. 2:20.
b) Quem nos dá a vida eterna? - Deus, o Pai: I João 5:11; - O Espírito Santo: Gál. 6:8; - Jesus: João 10:28.
c) Contra quem pecamos? - Contra Deus, o Pai: Deut. 6:16; - Contra o Espírito Santo: Atos 5:4, 9; - Contra Jesus Cristo: I Cor. 10:9 (cf. v. 4).

5. A tríplice operação e essência do Divino Ser:

A) Criação do Universo: a) Pai: Sal. 102:24, 25; b) Filho: Col. 1:16; c) Espírito Santo: Gên. 1:1, Jó 26:13.
B) Criação do homem: a) Pai: Gên. 2:7; b) Filho: Col. 1:16, João 1:3; c) Espírito Santo: Jó 33:4.
C) A morte de Cristo: a) Pai: João 3:16; b) Filho: João 10:17 e 18; c) Espírito Santo: Heb. 9:14.
D) Ressurreição de todos: a) Pai: João 5:21; b) Filho: João 5:21; c) Espírito Santo: Rom. 8:11.
E) Concessão de autoridade: a) Pai: II Cor. 3: 5, 6; b) Filho: I Tim. 1:12; c) Espírito Santo: Atos 20:28.
F) Deus no íntimo: a) Pai: Efés. 4:6; b) Filho: Col. 1:27; c)Espírito Santo: I Cor. 6:19.
G) Santificação: a) Deus opera: I Tess. 5:23; b) O Espírito opera: I Cor. 6:11; c) Jesus Cristo santifica: Heb. 2:9-11.

III - O Misterioso “Anjo de Jeová”

1. A) “Anjo”, em hebraico maleq; em grego ággelos = mensageiro. (Ver Juízes 2:1).

B) Deus enviaria Seu anjo para acompanhar o povo: Êxo. 23:20; cf. Juízes 2:1-5.
Obs.: A identidade desse anjo não deixa dúvidas de que era Cristo, o enviado (ággelos) de Deus: I Cor. 10:4; João 14:24.

C) O próprio Jeová aparece como um anjo: Gên. 16:9-13; 18:1-3, 22, 27, 30-33.
Obs.: a) Ele inicialmente é descrito como o “anjo de Jeová”, e posteriormente como o próprio Jeová. Ver também Juízes 6:11-22 (o anjo é chamado de Senhor, “Adonai”, em 6:13, e de Jeová em 6:14, 24).
b) Em Gênesis 18:1 e 2 Deus aparece a Abraão na forma de três homens (ou anjos) no v. 3. Quando os três homens respondem, o episódio é descrito intercaladamente como “eles” falando (v. 9) e “Jeová” falando (v. 13). Quando dois dos três se retiram para visitar Ló em Sodoma, Abraão continua a chamar o que com ele permanece de Jeová, mas Ló se dirige aos outros dois como “Jeová” (Gên. 18:22, 28 e 19:1, 18-22); Cf. I Cor. 13:12.--Estudo por David Reed.
D) Dois Jeovás? Gên. 19:24.
Obs.: O Jeová embaixo envia fogo e enxofre “da parte de Jeová” no alto, desde os céus (vs. 18 a 22).
E) Jeová é Deus: Gên. 22:11-18.
Obs.: O Jeová na Terra fala da fidelidade de Abraão que não negou seu filho a Ele, Deus (Elohim).
F) Deus, Jeová e o anjo: Êxo. 3:2, 4, 6, 14, cf. Atos 7:35-38.
Obs.: Diz o livro Santificado Seja o teu Nome, pág. 247: “Moisés viera a estar entre a ‘congregação de Israel’ no deserto de Sinai, ocasião em que recebeu os oráculos sagrados de Jeová Deus. (Atos 7:37, 38)”.
G) O “Príncipe do Exército de Jeová”: Josué 5:13 a 6:2 (comparar com Mat. 14:33); João 9:38 (cf. Mat. 4:10); Heb. 1:6.
Obs.: a) Era o próprio Jeová, que podia ser adorado, assim como o próprio Cristo foi.
b) Se fosse um mero anjo, não poderia ser adorado, de acordo com Apoc. 19:10.
c) A T.N.M. em várias passagens evita a tradução “adorar”com respeito a Jesus Cristo, mas não teve como fazê-lo em Heb. 1:6. Também Apoc. 5:13, 14 tanto o “que está assentado sobre o trono”, como o “Cordeiro” recebem idêntica adoração e homenagem.
H) O Anjo que perdoa pecados: Gên. 18:23-26; Êxo. 23:20, 21.
Obs.: Só Deus perdoa: Isa. 43:11; Mar. 2:7; Mat. 9:2.
I) O anjo (varão) que abençoa: Gên. 32:24.
Obs.: Os filhos de Israel não comem certo nervo da coxa porque “Ele tocou na concavidade da articulação da coxa de Jacó”. (vs. 32-T.N.M.). Quem é “Ele”? É o Deus referido no vs. 30 com quem Jacó lutou, apresentando-Se-lhe como um varão.
J) Miguel, o “anjo de Jeová”: Zac. 3:2-T.N.M., cf. Judas 9.
Obs.: A “Sociedade” sempre reconheceu que Miguel é Cristo. Ver Cumprir-se-á Então, pág. 306 (§ 25).

L) CONCLUSÃO: Este “anjo de Jeová” não é outro senão Aquele que Se fez Filho do homem, o único mediador entre Deus e os homens. Não obstante, a Bíblia O identifica claramente como o próprio Jeová (comparar Judas 9 com Zacarias 3:1, 2 e Gên. 22:15, 16).


IV - Jesus é Jeová

1. Jeová, o Salvador:

A) Esclarece o Seja Deus Verdadeiro: “O nome Jesus . . . é apenas a forma abreviada do nome hebraico Je-hoshua, o qual significa Jeová é o Salvador”. -- Op. Cit., pág. 29.
B) Comparem-se os seguintes textos (usar T.N.M. para o Velho Testamento):
a) João Batista, o precursor de Jeová: Isa. 40:3 com Mat. 3:3 e Luc. 1:76.
b) A pedra de tropeço que esmaga: Isa. 8:13-15 com Luc. 20:17, 18.
c) “O primeiro e o último”: Isa. 44:6 e 48:12, com Apoc. 1:17, 18 e 2:8.
d) Jeová virá trazendo o Seu galardão: Isa. 40:10 com Apoc. 22:6, 7 e 12.
e) Todo joelho se dobrará ante o Juiz: Isa. 45:21, 23 com Rom. 14:10-12; II Cor. 5:10; Filip. 2:10, 11.
Obs.: O capítulo 45 de Isaías refere-se à pessoa de Cristo, pois a descrição dEle no Novo Testamento corresponde à que o capítulo de Isaías apresenta: comparar Isa. 45:7, 12, 18, 21 e 22 com João 1:3; Col. 1:16, 17 e Atos 4:12.
f) Olharão a Jeová “a quem traspassaram”: Zac. 12:4 e 10, com João 19:37.
g) O preço (salário): 30 moedas de prata-Zac. 11:11-13, com Mat. 26:15 e 17:1-10.
h) “Jeová, justiça nossa”: Jer. 23:5, 6 com I Cor. 1:30, 31 e Jer. 99:23, 24.
i) Levou cativo o cativeiro: Sal. 68:17, 18 com Efés. 4:7-10.
Obs.: Paulo claramente aplica tais palavras a Cristo. Segundo a T.N.M., “o próprio Jeová chegou de Sinai ao lugar santo” (Sal. 68:17b). Conforme Atos 7:38, no Sinai esteve o “anjo” que, como visto no Subt. anterior, refere-se a Cristo.
j) O Alfa e o Ômega: Apoc. 1:8 com Apoc. 22:11, 13, 16.


2. Identidade divina de Jesus:

A) Jesus tratado como Jeová: comparar Sal. 102:22 e 25-28 com Hebreus 1:10-12.
Obs.: Neste salmo, a referência a Jeová é óbvia (ver ainda 102:1). Heb. 1:8, 9 indica referir-se ao Filho.
B) O Jeová aguardado: Isa. 25: 8, 9.
Obs.: Quem é o aguardado, a não ser Jesus? Tito 2:13.
C) “Senhor meu e Deus meu”: João 20:28.
Obs.: A palavra “Senhor” deveria aqui ser Jeová, pela sistemática da T.N.M. No original é a mesma palavra que em Heb. 13:6 e Apoc. 4:11 foi traduzida por Jeová.
D) O poder de perdoar pecados: Luc. 7:47.
Obs.: a) Pecado-“transgressão da lei” de Deus (I João 3:4). Um pecador é alguém que se afastou de Deus e está sob condenação divina (Isa. 59:2; Rom. 3:23-26).
b) Só Deus poderia perdoar quem praticou ofensas contra Ele. Cristo, porém, dispõe dessa autoridade porque nEle habita corporalmente “toda a plenitude da Divindade”: II Cor. 5:18, 19; Luc. 7:48, 49; Col. 2:9.
E) Estêvão orou a Cristo para que recebesse o seu espirito. E a Bíblia diz que “o espírito volta para Deus que o deu” (Ecles. 12:7).
Obs.: Em João 14:14 o original grego reza: “Se alguma coisa de Mim pedirdes, no Meu nome, Eu o farei”. Orar a Jesus é perfeitamente aceitável. A última oração da Bíblia é a Ele dirigida: Apoc. 22:20.
F) “Eu sou”: João 8:58.
Obs.: a) Jesus defendeu Sua pré-existência aplicando-Se a mesma expressão referente a Jeová no Velho Testamento: Comparar Êxo. 3:14 com João 8:58 (Almeida).
b) O resultado dessa Sua declaração foi que os judeus tentaram apedrejá-Lo porque entenderam bem o que Ele quis dizer com aquela expressão (ver vs. 59).
c) A Torre de Vigia busca contornar essa clara evidência da divindade de Jesus Cristo, traduzindo ego eimi (“eu sou”) de João 8:58 por “eu tenho sido”, o que não está correto segundo os originais gregos. Buscam evitar o cotejo desses dizeres com o “Eu sou” de Êxo. 3:14.
d) Em João 5:18 lemos que Jesus não só violava o sábado, como Se fazia igual a Deus. Pela estreiteza da religião hebraica pós-exílica, de rígido monoteísmo e rígidas regras legais quanto ao sábado, eles consideravam violação do sábado o curar nesse dia, e uma blasfêmia Cristo igualar-Se a Deus. Mas Ele realmente não violava o mandamento do sábado da lei divina, corretamente interpretada, e sim o estabelecido pela tradição deles. Tampouco blasfemava fazendo-Se igual a Deus, embora assim interpretassem os ultrazelosos judeus que O rejeitavam como o prometido Messias.
e) Embora traduzam João 8:58 como “eu tenho sido”, outros textos em que a expressão ego eimi aparece são traduzidas corretamente como “eu sou” na T.N.M.: João 10:7, 9, 11, 14, etc.
f) Na Kingdom Interlinear Translation [Tradução Interlinear do Reino, que tem o texto grego reproduzido com tradução literal, palavra por palavra, sob o mesmo], editado pela Torre de Vigia, a tradução aparece corretamente “eu sou” junto à transcrição do grego. Contudo, ao lado, no texto em inglês corrido, a tradução é diferente: “eu tenho sido”. Por que tal incoerência?
g) A Versão LXX (Setuaginta, do hebraico para o grego), traz várias passagens em que Deus fala “Eu sou” são traduzidas para ego eimi, como em Gên. 17:1; Sal. 35:3; Isa. 43:10-13, etc.
G) O único bom: Marcos 10:18.
Obs.: a) NEle nada havia de mau ou errado: João 8:46; I Pedro 2:21, 22.
b) Era o “Bom Pastor”: João 10:11, 14.
c) Aceitava o título de Deus como Seu, legitimamente: João 20:28; Heb. 1:8 e 10; João 1:1.
H) Somos testemunhas de Jesus agora: comp. Isa. 43:10 com Atos 1:8; 13:21; 9:5, 15.
Obs.: No passado, Deus buscava a salvação de Seu povo para, por meio dele, salvar o mundo (Isa. 45:22, cf. João 12:32). Cristo cumpriu exatamente tal papel, pois era “Emanuel-Deus conosco”. Assim, devemos ser agora Suas testemunhas perante o mundo.
I) Melquisedeque comparado a Cristo: Heb. 7:3.
Obs.: Desse personagem é dito que não teve “princípio de dias”. Assim, Cristo é “Pai da eternidade” (Isa. 9:6).
J) Todos os deuses e anjos recebem ordem de adorar a Jesus: Sal. 97:6, 7, cf. Mat. 4:10; Heb. 1:6; Apoc. 5:8, 13, 14; Filip. 2:10, 11; Luc. 24:52.
Obs.: a) Censurando os judeus Jesus disse que se seus juízes pecadores e falíveis eram chamados deuses, com maior razão Ele, totalmente isento de pecado, poderia reivindicar ser o Filho de Deus: João 10:34-38.
b) Os judeus que eram “deuses” (João 10:34, 35) não poderiam receber idêntico tratamento. Portanto, não podem ser comparados com Cristo, “o Deus unigênito que está no seio do Pai”. Ele era um com o Pai, pois disse: “O Pai está em Mim e Eu Nele”. João 10:30, 31, 33 e 38.-EU E O PAI SOMOS UM.
c) Alegar que se deve interpretar João 10:30, “Eu e o Pai somos um”, à luz de João 17:22, 23 (os discípulos serem um, como Cristo e o Pai são um) não faz sentido. São episódios diferentes, e as palavras de Cristo em cada caso têm finalidades e efeito diferentes. Basta examinar os respectivos contextos. Cristo é um com o Pai em essência (João 10:30) e também em intenções, propósitos, etc. (João 17:22, 23). Os discípulos não podem ser um em essência, mas serão um em propósitos, intenções como o Pai e o Filho o são.
d) A reação dos judeus ao Jesus declarar-Se um com o Pai é significativa (v. 31). Foi semelhante à reação deles quando pronunciou o “Eu sou” (cf. este § no tópico E, acima).

3. Profecias Messiânicas:

A) Emanuel, Deus conosco: Mat. 1:23.

B) “Deus forte” ou “poderoso”: Isa. 9:6, cf. Isa. 10:21, onde Jeová é também chamado de “Deus forte” (ver T.N.M.). Ver ainda Jer. 32:18.
Obs.: a) Jeová é o “Deus forte”: Apoc. 18:8, T.N.M.
b) Se o “Deus poderoso” (Isa. 9:6) é outro, não Jeová, isso entraria em contradição com Isa. 43:10b.

C) O que salva o povo: Comparar Isa. 43:11 com Mat. 1:21.
Obs.: Ele, o Deus conosco, o único “Deus Poderoso” que é Jeová dos exércitos salvará o Seu povo dos seus pecados. Ele, Jesus, é o Jeová salvador.

D) “Pai da Eternidade”: Isa. 9:6.
Obs.: Sendo “Pai da eternidade”, esta não pode ser maior do que Ele, seu pai.

E) A vitória sobre os inimigos: Sal. 110:1-6 (ver T.N.M.).
Obs.: a) Se o Senhor está à direita de Jeová, então Jeová estará à esquerda do Senhor. Contudo, o v. 5 diz que “o próprio Jeová, à tua direita . . .” (T.N.M.) o que implica em que o que está à direita (o Senhor) também Se chama Jeová (ver Subt. III, D).
b) O que despedaça os inimigos e executa julgamento entre as nações, segundo o Novo Testamento, é o próprio Cristo: Apoc. 19:11-21; II Cor. 5:10.

V - A Deidade do Espírito Santo

1. Características e qualidades que indicam personalidade:

A) O Espírito é volitivo, tem querer e determinação: Rom. 8:27.

B) É agente (parakletos), ou seja, consolador, advogado, instrutor, guia, amparador, representante: João 14:16, 26; 15:26; 16:7.
Obs.: Cristo é designado pela mesma palavra parakletos em I João 2:1. Somente duas pessoas poderiam ter idêntica atribuição. Como comparar assim uma pessoa com uma mera “força ativa” ?

C) É tratado por pronome pessoal: João 16:14; Efés. 1:14.

D) Seu nome é citado entre outras pessoas: Atos 11:28; Mat. 28:19; II Cor. 13:13.

E) É um outro Consolador, isto é, além de Cristo que também o era: João 14:16.
Obs.: Em grego há duas palavras que são traduzidas por outro: allós (outro de mesma qualidade) e heterós (outro de natureza diferente, e mesmo contrária [como se dá com o termo “ (heterogêneo” (]). Em João 14:16, o grego traz allós.

F) Tem conhecimento, sabe as coisas divinas: I Cor. 2:11.
Obs.: Nada inferior ao próprio Deus poderia penetrar-Lhe o íntimo.

G) Ensina: Luc. 12:12; João 14:26.

H) Convence: João 16:8; Gên. 6:3.

I) Perscruta: I Cor. 2:10, 11.

J) Pode impedir: Atos 16:6, 7.

L) Concede, permite: Atos 2:4.

M) Administra, distribui: I Cor. 12:11.

N) Fala: Atos 10:19; 13:2; João 16:13; Mat. 10:18-20.

O) Toma decisões: I Cor. 12:11.

P) Guia: João 16:13; Gál. 5:18.

Q) Anuncia: João 16:14, 15.

R) É entristecido: Efés. 4:30.

S) Intercede: Rom. 8:26.
Obs.: Jesus “também intercede”, assim como o Espírito. Só uma pessoa seria comparada a outra.

T) Chama, procura: Apoc. 22:17; I Cor. 2:10.

U) É resistido e tentado: Atos 7:51; 5:9.

V) Agrada-se: Atos 15:28.

X) Comissiona: Atos 13:2; 20:28.

Z) Pode ser difamado e blasfemado: Mat. 12:31, 32.


2. Prerrogativas divinas do Espírito Santo:

A) É eterno, como Deus: Heb. 9:14.

B) É onipresente, como Deus: Sal. 139:7-10.

C) É onisciente, como Deus: I Cor. 2:10, 11.

D) É criador, como Deus: Jó 33:4; Sal. 104:30.

E) É Senhor (Jeová-T.N.M.), como Deus: II Cor. 3:17, 18.

F) É Recriador, como Deus: João 3:6; I João 5:4.

G) É também Jeová: comparar Jer. 31:33, 34 com Heb. 10:15, 16.
3. Presente, como entidade distinta, no batismo de Cristo: Mat. 3:16, 17.

A) Não poderia, uma mera influência, descer em forma corpórea.

B) Se o Espírito Santo é apenas a força ativa de Deus, então João 17:39 significaria em última análise, que Deus não tinha força ativa na Terra antes da época cristã.


VI - Textos Irrefutáveis Que Comprovam a Trindade

1. A visão de Isaías:

A) Adonai, Jeová, “Santo, Santo, Santo” (Isa. 6:1-10).
Obs.: a) No v. 8 ocorre a forma plural, “quem há de ir por nós”? Dizer que Isaías estava ali tendo sua associação subentendida não é correto porque noutras ocasiões, quando não só o ser humano estava presente, mas até anjos, a forma permanece no singular: Gên. 18:21, 22.
b) A razão é que em Gênesis apenas um membro da Trindade está presente, enquanto na visão de Isaías aparecem os três, o que se atesta também pela tríplice expressão: “Santo, Santo, Santo” .

B) Jeová estava ali: A visão da glória divina implica logicamente a presença do próprio Jeová, que é especificamente mencionado no v. 1.

C) Jesus estava ali: João 12:36-41 revela que “Isaías disse isto quando viu a glória dEle (a glória de Jesus, conforme o contexto)” .

D) O Espírito Santo estava ali: Quem o afirma é o apóstolo Paulo, falando inspiradamente em Atos 28:25-27.

E) CONCLUSÃO: Uma cuidadosa e atenta comparação de Isa. 6:1-10; João 12:36-41 e Atos 28:25-27 lança luz sobre a doutrina da Trindade e representa prova inescapável em favor dessa doutrina, mesmo quando se utiliza a T.N.M., preparada com a intenção de negá-la.

2. O “Shema” e a “Unidade Composta” :

A) A tripersonalidade divina não implica em triteísmo, mas monoteísmo. Se 1 + 1 + 1 = 3, também 1 x 1 x 1 = 1 (ver este Est., Subt. III, 1ª).
Obs.: Deut. 6:4, conhecido como Shema: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”.

B) Comentário erudito de um teólogo abalizado: “No texto citado [Deut. 6:4], a palavra ‘único’, ou melhor, ‘um’, é echod, e NÃO INDICA uma ‘unidade absoluta’ em muitas passagens através do Velho Testamento, e muitas vezes indica a ‘unidade composta’, e isto constitui antes um argumento em favor da Trindade da Divindade (Jeová). Por exemplo, em Gên. 2:24 está: ‘deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne’. No hebraico está bosor ECHOD. Por certo que isto não significa que no casamento os esposos se tornam uma pessoa, mas que se tornam um na unidade de sua substância e, aos olhos de Deus, são considerados uma pessoa. Notemos bem que isto é verdadeira unidade, contudo não uma ‘unidade solitária’, mas uma ‘unidade composta’. Citemos outro exemplo. Os doze espias que Moisés enviara a Canaã, voltaram trazendo um enorme cacho de uvas (hebr. eschol ECHOD). Núm. 13:23. Ora, desde que haveria centenas de grãos de uva nesta única haste, por certo não se tratava de uma unidade solitária ou absoluta, contudo a palavra echod é aí empregada para descrever o cacho. É conclusivo que as uvas eram consideradas uma no sentido de serem da mesma origem, o que prova tratar-se de uma unidade composta”--A. B. Christianini, Radiografia do Jeovismo, 1ª edição, pág. 189.

C) A afirmação de que os que crêem na Trindade adotam a idéia de que há três pessoas unidas em uma só, com um corpo e três cabeças, etc., é, pois, falsa e demonstra o desconhecimento do verdadeiro ensino a respeito da Divindade, conforme sustentado pelos cristãos em geral.
D) Concluindo, citamos o autor Sabatini Lalli: “As Santas Escrituras constituem a Revelação de Deus. Não nos é possível conhecer TUDO a respeito dessa Reveleção. Negar certos aspectos dessa Revelação divina, apenas porque não conseguimos compreender-lhe completa e totalmente o sentido,-como fazem os ‘Testemunhas de Jeová’ que querem explicar tudo-revelaria, de nossa parte, a mais profunda e crassa ignorância, que temos de nossa própria imitação!”


VII - Passagens-Chave Deturpadas na “Tradução do Novo Mundo”

1. João 8:58 (ver Subt, IV § 2, E).

2. João 1:1:

A) Na expressão “e o verbo era Deus” a palavra “Deus” (aparece no original sem o artigo. Isso dá margem às “testemunhas” (pretenderem que deve ser entendido como “um deus” ou “deus”, grafando a palavra minúscula para contrastar o Verbo (deus) com Jeová (Deus).
Obs.: a) Contudo, em João 1:19 ambas as expressões “Deus” vêm sem o artigo, e a T.N.M. traduz corretamente que “ninguém jamais viu a Deus” , e não “a um deus” ou “a deus”.
b) Se prevalecer a regra do artigo (ou seja, aparecendo o artigo antes--hô théos--refere-se a Jeová; sem o artigo é um deus, Jesus), então em Mat. 1:23 não há saída para os negadores da divindade de Jesus, pois em “Emanuel, Deus conosco” a palavra “Deus” (é antecedida pelo respectivo artigo grego hô. O mesmo se dá em João 20:28, onde Deus aparece com artigo.
c) Os mais competentes gramáticos gregos explicam que a palavra grega théos vem sem o artigo porque no grego, na posição em que ela aparece, este pode ser dispensado. “O Verbo era Deus” indica que “Deus” é um qualificativo de “Verbo” que “era [tinha a qualidade de] Deus”.
d) O livro das “testemunhas”, Revelação-Seu Grandioso Clímax Está Próximo dá uma explicação esfarrapada sobre Apoc. 1:17 (Jesus, o Alfa e o Ômega) [pág. 27-rodapé] e simplesmente não comenta Apoc. 22:13, que se aplica a Jeová, com idêntica linguagem no grego-HO PROTOS KAI HO ESCHATOS = O PRIMEIRO E O ÚLTIMO. Tem o artigo definido nos três casos, sem qualquer distinção.

B) Na defesa de suas teses falsas, as “testemunhas” (chegam a valer-se do condenável recurso da elipse (citação propositadamente incompleta, dando sentido alheio às intenções do autor, conforme denunciado por A. B. Christianini, em Radiografia do Jeovismo, pág. 37 (2ª edição) (comparar com Est nº 4, Subt III): “Num dos muitos apêndices da Tradução Novo Mundo, em inglês, citam uma reconhecida autoridade no Grego, o Dr. Robertson, mas nisto revelam falta de lisura. Na página 776 do Novo Testamento em exame, citando palavras do Dr. Robertson, ‘entre antigos escritores O THEOS era empregado para designar a religião absoluta, distinguindo-a dos deuses mitológicos’, deixam propositadamente de citar a sentença seguinte em que o Dr. Robertson diz: ‘No Novo Testamento, contudo, embora tenhamos PROS TON THEON (João 1:1, 2) é muitíssimo mais comum encontrarmos simplesmente THEOS, especialmente nas Epístolas’. E isto destrói todo o castelo de cartas construído sobre a omissão do artigo! Mais ainda: indica falta de honestidade mental. Porque o que o erudito Dr. Robertson quis dizer é que os escritores do Novo Testamento não empregam freqüentemente o artigo com Theos e mesmo assim o sentido é perfeitamente claro no contexto, ou seja, que significa o Único Deus Verdadeiro”.
Obs.: Ao que parece, a comissão de tradutores das Escrituras da “Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados”, que preparou tais comentários, não levou muito em consideração o que recomenda sua própria publicação Qualificados Para Ser Ministros, pág. 183: “Tende muito cuidado de serdes acurados em todas as declarações que fazeis. Usai honestamente a evidência. Em citações, não torçais o significado do escritor ou orador, nem useis somente citações parciais. a fim de dar uma idéia diferente da que a pessoa pretendia”.

3. Filipenses 2:6-9:

A) Cristo não renuncia a ser Deus. Simplesmente toma a forma humilhante de servo por ocasião da Encarnação.
Obs.: Ele acrescentou Sua natureza divina à humana, combinando-as numa só personalidade. Daí ser tanto “Filho do homem” como “Filho de Deus” no Novo Testamento.

B) A passagem deve ser entendida à luz de seu contexto.
Obs.: a) Recomendações de Paulo aos crentes: sentir o mesmo (v. 2); considerar os outros superiores (v. 3) = humildade voluntária a exemplo da de Cristo.
b) Contudo, os crentes assim se humilhando e considerando os demais por superiores continuam tendo idêntica natureza, iguais ainda quanto ao ser.
c) Na experiência do Verbo, a comparação de Paulo referida acima não faria sentido, porque se Ele fosse inferior a Deus, automaticamente já O estaria considerando superior; não teria que humilhar-Se.
d) Sendo Deus, fez-Se servo (mantendo, porém, a natureza divina).
e) Sendo homem, humilhou-se por tornar-se sujeito (mas prosseguindo na forma de homem durante a submissão e obediência).
f) Sofreu a morte mais humilhante, de cruz-que não deixa de representar uma morte de idênticos efeitos de qualquer outro tipo de morte mais gloriosa.

C) Palavra-Chave: Harpagmos (“usurpação” ).
Obs.: a) Diz o The Analytical Greek Lexicon, muito citado em obras da “Sociedade”, que o sentido de tal palavra é “uma coisa retida com um ávido desejo, ou avidamente reivindicada e conspicuamente exercida”.
b) Outro livro citado e reconhecido como de valor pela “Sociedade”, o Thayer’s Greek English Lexicon of the New Testament assim explica Filip. 2:6: “(Cristo Jesus) quem embora (quando previamente Logos Asarkós [Verbo Desencarnado]) teve a forma (em que apareceu aos habitantes do Céu) de Deus (O Soberano, oposto a morfê doulou), todavia não julgou que essa igualdade com Deus devia ser zelosamente segurada ou retida”.-- Op. Cit., pág. 418, col. b.
c) W. C. Taylor, erudito helenista, explica: “‘Morphê’ significa forma, implicando caráter e natureza essenciais. Está em contraste com schêma que significa figura, semelhança exterior e efêmera. Morphê salienta a natureza divina e real humanidade de Jesus em Filip. 2:6, 7, e schêma salienta a fase passageira de Sua humilhação” .
d) No v. 6 o termo usado é morphê (em forma de Deus), enquanto o v. 7, ao falar em “forma de servo” , o termo que consta é schêma (pois se tratava apenas de uma aparência, uma vez que Ele, enquanto servo, tinha ainda a forma essencial (morphê) de Deus.

4. Tito 2:13; II Pedro 1:1:

A) Pela regra de Sharp, “Quando a conjunção kai [que corresponde ao nosso “e”] liga dois nomes do mesmo caso, se o artigo vem antes do primeiro nome e não é repetido antes do segundo nome, este último sempre se refere à mesma pessoa descrita no primeiro nome” .

B) Em ambos os versos acima, a T.N.M. desrespeitou a regra de Sharp, acrescentando “de” que não existe nos originais.
Obs.: Diante de tais deturpações, uma comparação de I João 5:20; Rom. 9:5; Heb. 1:8 da T.N.M. com as demais traduções mostra a falsidade dessa versão produzida pela “Sociedade” de encomenda para negar a Trindade.

5. Colossenses 1:15-17:

A) A T.N.M. traz palavras apócrifas [outras] repetidas vezes nestes versos (em edições anteriores da T.N.M. nem sequer aparecia entre colchetes, como se pode ver em Certificai-vos, ed. 1970, pág. 266).
Obs.: Contudo, em João 1:3, contraditoriamente, não acrescentaram “outras” antes de “coisas” , como foi feito em Colossenses (ver também Heb. 1:3).

B) Será que os “helenistas” da “Sociedade” não temem a condenação de Apoc. 22:18 e Prov. 30:5, 6?

6. Hebreus 1:8:

A) A T.N.M., buscando fugir à clara realidade da referência à divindade de Cristo neste verso, faz uma tradução ridícula, transformando o Criador em um “trono para sempre”.

B) Na Nova Terra estará o trono “de Deus e do Cordeiro” (Apoc. 22:1 e 3). Logo, Cristo terá um trono junto a Deus, o que é bem diferente de ter a Deus como o Seu trono.

7. Passagens em que se fala de adoração prestada a Jesus (transformada em mero “prestar homenagem”): Mat. 4:8; João 4:24; Apoc. 7:11 e 11: 15, 16.

A) O verbo grego proskuneo nesses textos tem o sentido de “adorar” , conforme é usado corretamente em edições mais antigas da T.N.M. nesses mesmos textos.

B) Contudo, o mesmo verbo proskuneo, quando aplicado a Cristo, tem seu sentido alterado na Bíblia jeovaísta para “prestar homenagem” : Mat. 2:2, 11; 8:2; 9:18; Mar. 5:6; 15:19; Luc., 24:52; João 9:38.
Obs.: Em Apoc. 5:13 e 14 a mesma honra, louvor e adoração atribuídos a Deus se dirige também ao Cordeiro.

C) Mas, incrível como seja, na T.N.M. proskuneo torna a ter o sentido de adorar com relação a um mero anjo, uma divindade pagã e o próprio Diabo!: Apoc. [Revelação] 22:8; Atos 19:27; Apoc. [Rev.] 13:4; Mat. 4:9; Luc. 4:7.

VIII - Refutando Objeções

1ª - Não existe lógica em crer que três “pessoas” formem uma. Qualquer um sabe que 1 + 1 + 1 = 3. A doutrina da Trindade não tem lógica nenhuma.

Resposta:

A) Quem disse que a lógica humana é o recurso a ser utilizado para compreender as coisas do Alto? A Bíblia diz que “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” . I Cor. 2:14.
B) Segundo as Escrituras, cada uma das pessoas tem os mesmos atributos de onisciência, onipotência e onipresença (ver Subts. anteriores). Logo, em lugar de somar 1 + 1 + 1 = 3, deve-se multiplicar 1 x 1 x 1, e o resultado ainda será 1.

2ª - A idéia trinitária procede de concepções pagãs. Egípcios, hindus e outros povos que viviam e ainda vivem na ignorância é que mantinham tal idéia.

Resposta:

A) Em nenhum povo pagão, antigo ou moderno, existe uma concepção da Divindade como exposta pelos cristãos: três pessoas co-eternas e co-iguais formando uma só Entidade Divina, com seus componentes agindo independentemente, mas numa unidade de intenções e substância.
Obs.: O que ocorre entre muitos povos pagãos é uma concepção de tríade, geralmente composta de um deus principal, sua esposa e o filho, o que é muito diferente da Trindade como entendida pelos cristãos.

B) A idéia das “testemunhas” , insinuando que um Deus principal e Todo-poderoso criou um Deus secundário (o Deus Poderoso), sendo este último inferior ao primeiro, é que se aproxima das concepções pagãs quanto a seus deuses de diferentes poderes.
Obs.: Em ilustrações de suas publicações, às vezes aparece uma divindade de cabeça múltipla como retratando a crença da Trindade, mas isso jamais refletirá as concepções cristãs do tema.

3ª - Em Apoc. 3:14 há a afirmação de que Cristo foi a primeira criatura de Deus e em Colossenses 1:15 é dito que Ele foi o “primogênito de toda a Criação”, logo, o primeiro a ser criado.

Resposta:

A) Em Apoc. 3:14, onde Cristo é referido como “o princípio da Criação de Deus” , deve-se analisar a questão textualmente: a palavra “princípio” nem sempre tem o sentido de “começo” , podendo ainda significar “lei que rege alguma coisa” , como qualquer bom dicionário demonstrará. Também pode significar “teoria” , “preceito” e termos análogos.
Obs.: A multiplicidade de sentidos para a palavra pode ser percebida com o uso de expressões tais como “princípios éticos” , “princípios de higiene” , etc.

B) No original grego, a palavra para “princípio” em Apoc. 3:14 (archê) é a raiz da palavra “autor” de Heb. 12:1. Portanto, pode-se entender perfeitamente que Cristo é o princípio, ou o autor da Criação de Deus. É o agente da Criação, como revelado em Col. 1:16; João 1:3, etc.
Obs.: Cristo, como agente da Criação, encerra em Si o princípio que traz à existência a vida, a partir do nada (ver João 1:14, “a vida estava nEle” ).

C) O fato de ser o “primogênito” não representa que foi criado em primeiro lugar. Ele também é o “primogênito entre os mortos” (Col. 1:18) não por ter sido o primeiro a ressurgir, pois antes dEle vários o fizeram (Lázaro, a filha de Jairo, o menino ressuscitado por Elias, etc.). É primogênito no sentido de ter a primazia sobre todas as coisas, conforme o próprio contexto indica: ver Col. 1:18.
Obs.: a) Manassés e Efraim-o mais novo passou a ser o primogênito, tendo primazia; Jacó e Esaú-- idem.
b) As palavras “arcebispo” e “arquiteto’’ têm prefixo derivado do grego archê, e o sentido claro é de terem primazia, o primeiro lugar, não o de serem primeiros em ordem cronológica.

4ª - A Bíblia nos informa que Cristo foi gerado (Sal. 2:7; cf. Atos 13:33). Qualquer dicionário indica que “gerar” tem o mesmo sentido de “criar” .

Resposta:

A) Não basta recorrer ao dicionário para entender o sentido dos termos bíblicos. No caso de primogênito, como vimos, o sentido bíblico é outro. Certos termos biblicos adquirem outras conotações de sentido, ou têm valor relativo numa representação simbólica.

B) No Salmo 2:7, de linguagem evidentemente poética, temos a palavra “gerar” , mas com que significado? Em que momento o Cristo foi gerado? A que “dia” referia-se Paulo ao falar em “hoje” (Atos 13:33)?
Obs.: a) Alguns comentaristas entendem que essa geração deu-se no momento da encarnação do Messias no ventre de Maria. Outros acham que foi quando da Ressurreição. Pensando nisso, Paulo cita as palavras de Davi, dizendo que Deus cumpriu a nosso respeito as Suas promessas, “ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo” .
b) Em Heb. 5:5, onde se repete a referência do Salmo 2:7, isso se demonstra, pois Cristo foi glorificado por Deus ao ressurgir dos mortos-ver Filip. 2:9-11.

C) Pode-se objetar que o título “Filho de Deus” foi dado a Jesus antes de Sua ressurreição, e Ele mesmo o aplicou para Si (Mat. 16:15, 16; João 3:18). Isso parecia indicar que é ao momento de Sua encarnação, e particularmente à ocasião de Seu nascimento, que Jesus foi designado pela expressão “Filho de Deus” . O anjo que anunciou a Maria que ela conceberia e daria à luz o Salvador do mundo, indica que Ele seria chamado “Filho do Altíssimo” (Luc. 1:31, 32). E quando de Seu batismo, a voz ouvida do Céu O declarou também Filho de Deus (Mat. 3:17).
Obs.: Como, então, conciliar os dois pontos de vista-o de Paulo, que aplica o “hoje” do Salmo segundo à Ressurreição do Mestre, e as inequívocas declarações dos evangelhos que apontam à encarnação ou ao batismo como o tempo em que Cristo foi “gerado” Filho de Deus? Uma passagem de Paulo lança luz sobre isso, e nos permite harmonizar aquilo que parece contraditório: Rom. 1:4 diz que Ele foi “poderosamente demonstrado Filho de Deus, segundo o espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos”.

D) CONCLUSÃO: Jesus era Filho de Deus no ventre materno, e ainda por ocasião de Seu batismo e ministério. Contudo, em razão de Sua ressurreição dentre os mortos, esse título foi proclamado “poderosamente” diante do Universo. O fato de que o lugar de habitação dos mortos não pôde retê-Lo em seus laços provam Sua filiação divina.

5ª - Os textos de João 1:3 e Colos. 1:16 dizem que todas as coisas foram feitas “por intermédio” de Cristo, e não exatamente por Ele.

Resposta:

A) Se compararmos estas passagens com Isa. 44:24 e Sal. 33:8 e 9 veremos que Deus estava só ao criar todas as coisas, mas que tudo criou mediante Sua Palavra, da qual não poderia estar jamais desvinculado.
Obs.: Embora Deus haja, sozinho, criado tudo, Cristo é antes de todas as coisas e “estava no princípio com Deus” (ver Col. 1:17; João 1:2, cf. Gên. 1:16 e 3:22). Isso somente faz sentido à luz do entendimento da Trindade, não tendo por base a lógica humana.
B) Vivemos, nos movemos e existimos tanto em Deus como em Cristo: comparar Atos 17:28 com Col. 1:17.

6ª - Prov. 8:22, referindo-se à sabedoria de Deus, que é o Verbo de João 1:1, mostra que no princípio Deus a produziu.

Resposta:

A) Inúmeras versões bíblicas que não foram feitas com o intuito de contestar a divindade de Cristo falam que no princípio Deus “possuía” a Sabedoria.

B) Se Deus não dispunha de Sabedoria antes de formá-la, seria um Deus imperfeito, incapaz de criar um Universo tão perfeito. A Bíblia, porém, fala que Ele já possuía a Sabedoria (a segunda pessoa, o Verbo) antes de Suas obras mais antigas, pois “no princípio” o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” .
Obs.: Ressalte-se que a linguagem de Provérbios é poética, metafórica.

C) Se o Verbo (a Palavra) que era o instrumento de Deus para criar todas as coisas (Sal. 33:6, 9; Gên. 1:3, 6, 9, 11, etc.) inexistiu por algum tempo, teria Deus sido mudo antes de contar com Sua Palavra?
Obs.: Sem a Palavra, a Divindade não poderia ter trazido à luz o próprio Verbo, o que inutiliza a falsa idéia de que o Verbo foi criado.

D) A exemplo da Sabedoria e da Palavra, dispunha Deus, desde a eternidade, de Seu Espírito, ou seja, Sua mente, conforme demonstra Paulo em I Cor. 2:10, 11.
Obs.: Assim como o homem se conhece a si mesmo pelo seu espírito, o Espírito de Deus penetra-Lhe o íntimo do Ser, sendo parte integrante da Divindade. Nada inferior a Deus poderia saber todas as coisas de Deus e perscrutar-Lhe a intimidade.

7ª - Jesus declarou que “o Pai é maior do que Eu” , e disse que não sabia certas coisas que eram do exclusivo conhecimento do Pai (ver João 14:28; Mat. 24:36) .

Resposta:

A) Como Verbo encarnado, Aquele que seria “chamado Filho de Deus”, Cristo era subordinado ao Pai no propósito de cumprir cabalmente sobre a Terra a missão a que viera-sofrer a morte em lugar do homem.

B) “Corretamente entendida, a expressão ‘Meu Pai é maior do que Eu’, encerra uma alta significação, pois somente coisas da mesma ordem de magnitude ou homogêneas podem ser comparadas. Nenhum homem ou ser angelical jamais poderia dizer ‘Deus é maior do que Eu; porquanto os criados e os não-criados são de ordem diferente! . . . Somente Cristo, mesmo como servo, podia estabelecer comparação com o Pai”.--A. B. Christianini, Radiografia do Jeovismo, 2ª edição, pág. 167.
Obs.: a) Em Cristo, a Divindade e a natureza humana estavam fundidas, mas não confundidas. Ele podia falar de dois diferentes ângulos: como Deus Todo-poderoso e como ente humano. Daí Seu duplo título de “Filho de Deus” e “Filho do homem” .
b) Ninguém ousaria dizer “eu e Deus” , ou “eu e o Pai” quando referindo-se a Deus, pois somos humanos mortais. Diz-se normalmente “Deus e eu”, linguagem mais apropriada. Mas Jesus não titubeou em falar “Eu e Meu Pai’, pondo-Se em primeiro lugar. João 10:30.

8ª - A Bíblia assegura que Cristo nada podia fazer de Si mesmo, mas tudo quanto fazia estava em harmonia com a vontade de Seu Pai e que apenas cumpria aquilo que era segundo a Sua vontade (João 5:19, 30) .

Resposta:

A) O mesmo Jesus que declarou nada fazer de Si mesmo, também disse que tinha todo o poder no Céu e na Terra. Mat. 28:18. Jesus nada fazia de Si mesmo, não porque não podia, mas porque, para os propósitos do plano da salvação, não devia. A Sua comida era fazer a vontade dAquele que O enviou (João 4:34). Ele poderia ter escapado à cruel morte no Calvário, mas sendo que isso representaria a renúncia ao plano de salvação, preferiu submeter-Se à vontade soberana da Divindade: cf. Mat. 26:39.

B) O próprio contexto da passagem de João 5:19 indica que tudo quanto o Pai realiza, “o Filho o faz igualmente” , considerando-Se, portanto, tão poderoso quanto o Pai.

C) A expressão “Filho de Deus” (na concepção judaica equivalia a fazer-se igual a Deus (ver João 5:18). Diz uma autoridade em hebraico: “Os judeus, de acordo com o uso hebraico da palavra, tiveram razão ao compreender que a pretensão de Jesus em ser o ‘Filho de Deus’ era equivalente a afirmar que era igual a Deus, ou simplesmente Deus”.-- A Trindade, L. Boettner, pág. 65.


9ª - O “Espírito” não pode ser uma pessoa, pois a Bíblia fala em “derramar o ‘Espírito’”, “encher-se do ‘Espírito’” , etc. Como se poderia derramar uma pessoa ou encher-se dela?

Resposta:

A) O fato de o “Espírito” (ser derramado não serve como prova de que não seja uma personalidade, ou “pessoa” . O termo “pessoa” , empregado com referência à Divindade, denota a pobreza do vocabulário humano para referir-se às coisas do Alto, tendo, pois, mero valor comparativo (ver Subt. II, § 2).

B) Podemos indagar também: É Cristo uma pessoa, de personalidade própria? Admitirão as “testemunhas” que sim. Então, novamente perguntamos: como podemos “revestir-nos” de Cristo, segundo Paulo recomenda? Ora, seria possível revestir-nos de uma pessoa? Cristo não Se parece com nenhuma peça de tecido . . . (Gál. 3:27).

C) A própria Tradução Novo Mundo reproduz as palavras de Paulo ao dizer, “já estou sendo derramado” (2 Tim. 4:6). Ora, indiscutivelmente Paulo era uma pessoa. . .

D) Satanás, que é uma “pessoa” , uma personalidade, pode entrar noutra pessoa, como no caso de Judas: João 13:27.

E) CONCLUSÃO: Assim como podemos encher-nos do Espírito, podemos revestir-nos de Cristo, e também o Espírito Santo pode ser “derramado”, como a T.N.M. diz ter sido o apóstolo Paulo.

10ª - Antes de “Espírito” não há artigo no original grego. Isso prova que não se trata de uma pessoa, mas de uma mera força ativa de Deus (cf. I Cor. 5:3-5) .

Resposta:

A) A mania de exigir sempre a colocação de artigo para indicar tratar-se de uma pessoa, e não uma coisa, é absurda. Em Col. 2:2 Cristo é referido, e não há artigo antes da referência a Ele.
Obs.: O texto em grego reza: “Eis epignosin tou mysteriou tou theou, Christou”--pleno conhecimento de Deus, Cristo” .

B) A analogia com o “espírito” de Paulo em I Cor. 5:3-5 não tem validade, pois o apóstolo fala figuradamente.
Obs.: O seu “espírito” ou seja, seus pensamentos, sentimentos ou interesse pelo caso, que deviam ser levados em conta, uma vez que ele já tomara uma decisão-“já julguei como se estivesse presente” ([v. 3], seria lembrança dele, e não uma “força ativa” (do apóstolo, presente à reunião.

C) Em Atos 15:28, por outro lado, ao Espírito “pareceu bem” , na tomada da decisão durante o Concílio de Jerusalém. O v. 8 diz que Deus lhes dera o Espírito Santo, e com o Espírito presente à reunião é que chegaram a um consenso.
Obs.: No caso do “espírito” presente de Paulo (durante sua ausência física), os crentes apenas uniram a decisão deles à já tomada pelo apóstolo como se ele próprio estivesse na reunião que julgaria o caso, sendo que de antemão já conheciam sua opinião.