quarta-feira, 29 de julho de 2009

Jesus - o filósofo e apologista

por Douglas Groothuis.

Traduzido e adaptado por Leandro Teixeira.

Ao contrário da visão dos críticos, Jesus Cristo foi um pensador brilhante que usou argumentos lógicos para refutar os seus críticos e estabelecer a verdade das suas visões. Quando Jesus elogiou a fé das crianças, Ele incentivou a humildade como uma virtude, não a crença religiosa irracional ou um pulo cego de fé na escuridão. Jesus empregou habilmente uma variedade de argumentos estratégicos nos seus debates em vários tópicos. Estes incluem escolhas difíceis, argumentos “a fortiori”, apelos à evidência, e argumentos reductio ad absurdum. Jesus usou de argumentos persuasivos demonstrando que Ele foi filósofo e um apologista que defendia racionalmente a sua visão de mundo em discussões com alguns dos melhores pensadores dos seus dias. Esta aproximação intelectual não prejudica a Sua autoridade divina, antes a aumenta. A alta estima da racionalidade de Jesus e a sua própria aplicação de argumentos indica que o Cristianismo não é uma fé anti-intelectual. Os seguidores de Jesus hoje, então, deveriam imitar o seu zelo intelectual, usando os mesmos tipos ou argumentos que Ele usou. As estratégias argumentativas de Jesus têm aplicações em quatro debates contemporâneos: a relação entre Deus e moralidade, a confiabilidade do Novo Testamento, a ressurreição de Jesus e o relativismo ético.


JESUS FOI FILÓSOFO E APOLOGISTA?

Eu tive que enfrentar a pergunta de que se Jesus foi filósofo e apologista de frente quando me pediram para escrever um livro sobre Jesus para a Wadsworth Philosophers Series. Eu já sabia que Jesus articulou uma visão de mundo desenvolvida e argumentava brilhantemente com os seus adversários. Como eu estudei cuidadosamente o assunto, porém, comecei a apreciar Jesus, o filósofo, mais que nunca. Quando Jesus defendeu as reivindicações cruciais do Cristianismo de que Ele era seu fundador, afinal de contas, Ele estava se ocupando de apologética, freqüentemente com as melhores mentes do Judaísmo do primeiro século.

Alguns cristãos podem relutar em etiquetar Jesus como filósofo ou apologista porque eles se preocupam que tal referência pode humilhar o Deus do universo. Um filósofo cristão famoso me falou que enfatizar as habilidades racionais de Jesus podia distanciar Jesus como um revelador, uma fonte de conhecimento sobrenatural. Eu respeito sua preocupação, mas discordo pelas razões seguintes.

Jesus foi a encarnação do Logos, a quem os teólogos chamam de A Segunda Pessoa da Trindade. Como o filósofo cristão e teólogo Carl Henry e outros enfatizaram, o apóstolo João usou o termo Logos para personalizar a visão grega da sabedoria, lógica e racionalidade do universo 1. Nossas traduções inglesas dizem, No princípio era o Verbo [Logos] (João 1:1)2. Jesus encarna a comunicação racional (Verbo) da verdade de Deus. Ele é cheio de graça e verdade (João 1:14). Nós deveríamos esperar que Deus Encarnado fosse uma pessoa sábia e racional, não obstante Ele pudesse contrariar a natureza da presunção humana, orgulho e mentira. Além disso, Jesus foi divino e humano. Como um humano, Jesus argumentou com outros seres humanos. Ele não fugiu de um argumento bom na teologia ou ética, mas cativou seus ouvintes brilhantemente.

Jesus não era um filósofo no sentido de tentar construir um sistema filosófico em cima da limitada mente humana. Ele recorreu a revelação prévia de Deus na Bíblia hebraica (Mt. 5:17-19; Jo. 10:34) e revelações autorizadas emitidas por Ele mesmo como Deus Encarnado. Por outro lado, Jesus argumentou cuidadosamente sobre as coisas que importavam mais a uma conveniente definição da filosofia. Na realidade, os seus ensinos cobrem os tópicos básicos da Filosofia 3. Como um apologista para a verdade de Deus, Ele defendeu a verdade da Bíblia hebraica tanto quanto os seus próprios ensinos e ações.

Quando nós analisamos a mente de Jesus em ação em várias histórias familiares dos Evangelhos, nós vemos que o Seus pensamentos eram perspicazes, claros e irrefutáveis. Não devemos apenas acreditar no que Ele ensinou porque Ele é nosso Mestre divino, mas através de aplicação, oração e confiança no Espírito Santo, nós devemos nos esforçar para também imitar as Suas virtudes intelectuais, porque nós somos chamados para andar como Ele andou (1 Jo 2:6).

Apresentar Jesus como um notável pensador pode ser uma ferramenta apologética poderosa aos incrédulos que injustamente assumem que a fé cristã é um problema de fé cega ou crença irracional. Se o fundador do Cristianismo é um grande pensador, os seus seguidores nunca deveriam desprezar a mente humana (Mt. 22:37-39; Rm. 12:1-2). Além disso, a estratégia argumentativa de Jesus pode servir como um modelo para a nossa própria defesa apologética da verdade e racionalidade do Cristianismo, a qual eu discutirei.


JESUS DESPREZOU A RACIONALIDADE?

Jesus se ocupou de extensas disputas, algumas bem acirradas, principalmente com os líderes intelectuais judeus dos seus dias. Ele não hesitou invocar a opinião popular se estivesse errado. Ele falou freqüentemente e apaixonadamente sobre o valor da verdade e os perigos do erro, e Ele articulou argumentos para amparar a verdade e opor-se ao erro 4.

O uso da lógica por Jesus teve um sabor particular, observa o filósofo Dallas Willard:

O objetivo de Jesus em utilizar a lógica não era ganhar batalhas, mas suscitar a compreensão ou discernimento nos seus ouvintes. Ele apresentava as questões de um modo tal que esses que desejavam aprender poderiam achar os seus próprios caminhos para poderem chegar à conclusão apropriada, como algo que eles mesmos descobriram, sendo ou não algo que eles particularmente se preocupavam 5.

Willard também discute que um interesse pela lógica não só requer certas habilidades intelectuais, mas também certas obrigações de caráter relativas à importância de lógica e o valor da verdade na vida de cada um. Uma pessoa pensante avaliará a lógica e o argumento através da concentração focada, diálogo racional e uma disposição de seguir a verdade onde quer que ela possa conduzir. Esta orientação mental estabelece exigências na vida moral. Além de resolução, tenacidade e coragem, a pessoa tem que evitar a hipocrisia (defendendo a si mesmo contra fatos e lógica por motivos dissimulados) e superficialidade (opiniões adotadas com uma volúvel negligência para o seu sustento lógico). Willard tem Jesus como o modelo supremo, como faz também o filósofo cristão James Sire 6.

O filósofo ateu Michael Martin, em contraste, alega que o Jesus dos Evangelhos (confiabilidade a qual ele contesta) não exemplifica virtudes intelectuais importantes. As suas palavras e ações parecem indicar que ele não preza a razão e a aprendizagem. Jesus fundou o seu ministério inteiro na fé 7. Martin interpreta as declarações de Jesus sobre a necessidade de se tornar como crianças para entrar no reino dos céus (Mt. 18:3) como exaltando a crença acrítica. Martin também desfere que, quando Jesus dava qualquer razão para aceitar seu ensino, era ou que o reino estava perto, ou que esses que acreditassem iriam para o céu, mas os que não acreditassem iriam para o inferno; supostamente, nenhuma justificativa racional foi dada para estas alegações 8. De acordo com Martin, para Jesus, fé irracional era boa; demonstração racional e crítica eram errados.

Estas acusações contra a reivindicação de que Jesus era um filósofo que prezava o raciocínio e mantinha uma visão de mundo bem-desenvolvida são incriminatórias. O mesmo Jesus que estimava as crianças, porém, também disse, Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento (Mt. 22:37; ênfase adicionada).

Jesus elogiou as crianças pelas mesmas razões que nós as elogiamos habitualmente. Nós não vemos as crianças como modelos porque elas são irracionais ou imaturas, mas porque elas são inocentes e sinceras no seu amor, devoção e entusiasmo pela vida. As crianças também são estimadas porque podem ser sinceramente humildes, não tendo aprendido as ambições do mundo adulto. A história em Mateus 18 tem somente esta visão favorável das crianças em mente. Jesus é questionado pelos seus discípulos “Quem é o maior no reino dos céus?” Depois de chamar uma criança e ter se levantado entre eles, Jesus respondeu:

E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus. E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe. (Mt. 18:3-5)

O significado de se tornar como menino não é tornar-se acrítico e irracional (como Martin afirma), mas ao invés disto, tornar-se humilde. Jesus falou muito de humildade, como faz a Bíblia hebraica. Ele nunca associou humildade com estupidez, ignorância ou ingenuidade 9. Jesus agradeceu a Deus por revelar o Evangelho para os humildes e não para os supostamente sábios e entendidos. Porém, isto não implica que inteligência é um detrimento a acreditar na mensagem de Jesus, mas que muitos dos dirigentes religiosos daqueles dias não podiam compreendê-la, em grande parte porque desafiou o orgulho intelectual deles (veja Mt. 11:25-26).

Martin também afirma que as únicas razões que Jesus deu para aceitar o seu ensino eram que o reino de Deus estava próximo e que os que não crerem não receberão os benefícios divinos outorgados aos que tiverem fé 10. Isto é verdade?

Primeiramente, Jesus falou freqüentemente sobre o reino de Deus usando isto como uma justificativa para alguns dos seus ensinos e pregações (Mt. 4:17). Jesus estava admoestando as pessoas para reorientar as suas vidas espiritual e moralmente porque Deus rompeu a história de uma maneira inigualável e dramática. Esta necessariamente não é uma alegação irracional ou infundada se (1) Deus estivesse agindo desta maneira nos dias de Jesus e (2) alguém podia achar evidências para o aparecimento do reino, principalmente pelas ações do próprio Jesus.

Os Evangelhos apresentam o reino como exclusivamente presente no ensino e ações de Jesus o qual Ele mesmo alegou que “se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, então o reino de Deus é chegado” (Mt. 12:28). Considerando que os seus ouvintes o viram expulsando demônios com autoridade singular, Jesus estava lhes dando uma boa razão para acreditar nas suas afirmações. Ele não estava apenas fazendo assertivas ou ameaças não estabelecidas esperando complacência de um modo infantil ou covarde.

Segundo, Jesus usou o conceito de julgamento de Deus ou recompensa não o supervalorizando ou em substituição ao uso de seus argumentos. A sua forma normal de argumentação não era a seguinte: Se você acreditar no que eu digo, será recompensado. Se você não acreditar no que eu digo, perderá esta recompensa. Então, acredite no que eu digo. Quando Jesus emitiu advertências e fez promessas relacionando a conduta nesta vida à vida após a morte (veja Jo 3:16-18), Ele falou mais como um profeta do que como filósofo. Se as palavras de Jesus nesta questão são fidedignas, depende da Sua autoridade moral e espiritual, não nos seus argumentos, especificamente. Se nós temos razão para O julgar autorizado (como fazemos), porém, nós podemos racionalmente acreditar nestes pronunciamentos, da mesma maneira que acreditamos em várias outras autoridades que julgamos fidedignas com base nas suas credenciais e no seu passado 11.


ESCAPANDO DAS ESCOLHAS DIFÍCEIS

Nós precisamos consultar os Evangelhos para determinar se Jesus valorizou ou não o pensamento crítico bem-desenvolvido. Vários exemplos ilustram a capacidade de Jesus para se libertar das escolhas difíceis quando desafiado. Nós olharemos para uma12.

Mateus registrou uma situação traiçoeira para Jesus. Os Saduceus haviam tentado encurralar Jesus em uma pergunta sobre a vida após a morte. Ao contrário dos Fariseus, eles não acreditavam em vida depois da morte, nem em anjos ou espíritos (embora eles fossem teístas), e eles concederam autoridade especial somente aos primeiros cinco livros da Bíblia hebraica. Os Saduceus lembraram Jesus do mandamento de Moisés de que, se um homem morrer sem ter filhos, o irmão dele tem que se casar com a viúva e ter filhos para ele. Então eles propuseram um enredo no qual a mesma mulher se casa progressivamente e enviuva dos sete irmãos, e de nenhum nasceu qualquer filho por ela. A mulher morre subseqüentemente. Agora, então, à ressurreição, de qual dos sete ela será esposa, desde que todos eles se casaram com ela? - questionaram sugestivamente a Jesus (Mt. 22:23-28).

O argumento deles é bastante inteligente. Os Saduceus sabiam que Jesus respeitava a lei de Moisés, como eles o faziam. Eles também sabiam que Jesus, ao contrário eles, ensinava que haverá uma ressurreição dos mortos. Eles pensaram que estas duas convicções são logicamente conflitantes; não podem ambas ser verdade. A mulher não podia se casar com todos os sete na ressurreição (a lei Mosaica não permitia muitos maridos), nem havia qualquer razão por que ela deveria se casar com qualquer um dentre os sete (assim honrando a monogamia). Eles imaginaram, então, que Jesus teria que se levantar contra Moisés ou negar a vida após a morte para permanecer livre de contradição. Eles estavam apresentando este enredo como um dilema lógico: ou A (autoridade de Moisés) ou B (vida após a morte).

Martin e outros afirmaram que Jesus elogiou a fé acrítica13. Se estas acusações estivessem corretas, a pessoa poderia esperar que Jesus (1) evitasse a pergunta com uma declaração piedosa e sem conexão, (2) ameaçasse com o inferno esses que ousaram questionar sua autoridade, ou (3) simplesmente aceitar ambas as proposições logicamente incompatíveis sem hesitação ou vergonha. Ao invés disto, Jesus disse francamente que os Saduceus erravam porque não conheciam as escrituras e nem o poder de Deus:

Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu. E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos. (Mt. 22:30-32)

A resposta de Jesus tem uma astúcia que pode não ser imediatamente óbvia. Primeiro, Ele desafiou a presunção deles que a crença na ressurreição significa que alguém é obrigado a acreditar que todas nossas instituições pré-mortem serão retidas no post-mortem, no mundo ressuscitado. Nada da Bíblia hebraica ensina isto e Jesus não acreditava nisto. O problema, portanto, se dissolveu. É um falso dilema porque Jesus declarou uma terceira opção: Não há casamento na ressurreição.

Segundo, como parte da sua resposta para a armadilha lógica deles, Jesus comparou o estado ressuscitado de homens e mulheres a aquele dos anjos, desafiando a descrença dos Saduceus em anjos. (Embora os Saduceus não acreditassem em anjos, eles sabiam que os judeus contemporâneos a eles, que acreditavam em anjos, pensavam que anjos não se casavam ou procriavam.)

Terceiro, Jesus citou um texto que os próprios Saduceus estimavam na Bíblia (Ex. 3:6), onde Deus declarou a Moisés do arbusto ardente que Ele é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Jesus poderia ter citado uma variedade de textos escritos fora dos primeiros cinco livros da Bíblia para apoiar a ressurreição, tais como os profetas (Dn. 12:2) ou Jó (19:25-27), mas ao invés disto Ele argumentou primorosamente das próprias fontes de confiança deles, as quais Ele também endossou (Mt. 5:17-20; Jo 10:35).

Quarto, Jesus destacou o tempo verbal do versículo que Ele citou. Deus é (tempo presente) o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, todos os quais já haviam morrido na ocasião em que Deus havia emitido esta declaração a Moisés. Deus não deixou de ser o Deus deles na suas mortes terrestres. Deus não disse, eu era o Deus (tempo passado) deles. Deus é o Deus dos vivos que inclui até mesmo os patriarcas mortos. Mateus adicionou: E, as turbas, ouvindo isto, ficaram maravilhadas da sua doutrina. E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. (Mt.22: 33-34).



A habilidade de escapar logicamente de escolhas difíceis é aplicável a muitos desafios apologéticos. Considere um deles; os filósofos discutem freqüentemente que fazer de Deus a fonte da moralidade resulta em um dilema desesperador. Se a moralidade é baseada na vontade de Deus, eles afirmam, Deus poderia fazer qualquer coisa, inclusive homicídio, estupro e blasfêmia e isto seria bom. Esta visão é absurda. Por outro lado, se nós deixarmos os padrões morais separados da vontade de Deus, então Deus perde a sua supremacia moral, porque Deus ficaria debaixo destes padrões morais absolutos, impessoais e objetivos. O dilema, então, é este: (A) qualquer moralidade é arbitrária ou (B) Deus não é supremo. Uma vez que ambos são inaceitáveis ao Cristianismo, o Cristianismo é refutado.



A pessoa pode escapar das escolhas difíceis mostrando que é um falso dilema. A fonte de moralidade não separa a vontade de Deus do caráter eternamente perfeito de Deus; antes, os mandamentos divinos emergem intrinsecamente de Deus. Considerando que o caráter de Deus é imutavelmente bom, Deus não pode alterar padrões morais porque Ele não pode se negar (Ml. 3:6; Tg 1:17). Além disso, uma vez que Deus é o Criador do mundo e dos humanos, Deus sabe o que é melhor para os humanos prosperarem. As ordens dele para nós são para nossa bênção como também para a própria glória de Deus (Mt. 5:1-16; Col. 3:17)14. O problema acabou.


ARGUMENTOS A FORTIORI

Jesus era apaixonado pelo que é chamado de argumentos a fortiori (do latim: do mais forte) os quais freqüentemente aparecem em formas expressivas, mas persuasivas nos evangelhos15. Nós os usamos freqüentemente em argumentos cotidianos. Estes argumentos têm a seguinte forma:



1.

A verdade da idéia A é aceita.
2.

O sustento para a verdade da idéia B (que é relevantemente semelhante à idéia A) é até mais forte do que aquela da idéia.
3.

Então, se a verdade da idéia A deve ser aceita, então assim deve a verdade da idéia B ser aceita.



Considere o argumento de Jesus contra os Fariseus, relativo à legalidade de executar um milagre de cura no Sabbath (Sábado sagrado):



Fiz uma só obra [no Sabbath], e todos vos maravilhais. Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), no sábado circuncidais um homem. Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja quebrantada, indignais-vos contra mim, porque no sábado curei de todo um homem? Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça (Jo 7:21-24).



O argumento de Jesus pode ser posto simplesmente assim:



1.

Os Fariseus endossam a circuncisão, até mesmo quando é feito no Sábado, o dia de descanso. (A circuncisão era executada oito dias depois do nascimento de um macho, o qual às vezes caía no sétimo dia da semana, o Sábado.) Isto não viola a lei sabática, porque é um ato de bondade.
2.

Curar a pessoa inteira é mais importante e benéfico do que a circuncisão, que afeta só um aspecto do macho.
3.

Então, se a circuncisão no Sábado não era uma violação do Sábado, tampouco é a cura, feita por Jesus, de uma pessoa no Sábado.



O comentário final de Jesus, deixar de julgar através da aparência e fazer um julgamento justo, era uma repreensão à inconsistência ilógica deles enquanto aplicando a sua própria moral e princípios religiosos.



Jesus discutiu de uma forma semelhante em várias outras conversações relativas ao significado do Sábado. Depois que Ele curou uma mulher aleijada no Sábado, os regentes da sinagoga ficaram indignados, e disseram que há seis dias para o trabalho. Assim venha e seja curada nesses dias, não no Sábado! Jesus lembrou-lhes que podem legalmente desamarrar o boi ou burro de alguém no Sábado e levá-lo à água. Então não deveria esta mulher, uma filha de Abraão, a quem Satanás manteve presa por dezoito longos anos, seja libertada no dia de Sábado da sua prisão? O argumento Jesus foi parecido com isto:



1.

Os judeus legalmente libertam os animais do seu confinamento no Sábado sem preocupação, pelo bem-estar dos animais.
2.

O bem-estar de uma mulher (libertação de uma doença crônica, debilitante) é mais importante que dar de beber a um animal.
3.

Então, se dar de beber a um animal no Sábado não é uma violação, então a cura que Jesus deu à mulher no Sábado não é uma violação do mesmo.



Lucas registrou que, quando o Jesus disse isto, todos seus adversários foram humilhados, mas as pessoas estavam encantadas com todas as coisas maravilhosas que ele estava fazendo (Lucas 13:17, veja 13:10-17).



Um apologista sábio fará um bom e repetido uso de argumentos a fortiori. Aqui está um exemplo de religião comparativa. Muitos rejeitam o Evangelho porque eles são documentos antigos que são, supostamente, historicamente incertos. Muitas destas mesmas pessoas, porém, confiam no antigo budista e outros documentos religiosos orientais. Além de dar razões boas para confiar nos Evangelhos, nós podemos usar o seguinte argumento a fortiori relativos às suas crenças nos textos orientais. As escrituras sagradas budistas não foram escritas até aproximadamente 500 anos depois da vida de Buda (563-483 d.C). O estudante budista Edward Conze nota que enquanto o Cristianismo pode distinguir sua tradição inicial encarnada no Novo Testamento de uma tradição contínua que consiste em reflexões dos pais de igreja e concílios, os budistas não possuem nada que corresponda ao Novo Testamento. A tradição contínua é tudo aquilo é claramente atestado16. Se as pessoas confiam nos anciãos e nos documentos budistas pobremente atestados, quanto mais eles deveriam confiar nos Evangelhos que são arraigados mais firmemente em história verificável17? O apologista, então, espera que esses que leram os Evangelhos como historicamente seguros, descobram a sua incompatibilidade com, e sua superioridade aos ensinos budistas.


USO DE ARGUMENTOS APELANDO ÀS EVIDÊNCIAS POR JESUS

Apesar do freqüente retrato de Jesus como uma figura mística que chamou as pessoas para adotar uma fé acrítica, Ele recorreu freqüentemente às evidências para confirmar as suas afirmações. João Batista, que estava abatido na prisão depois de desafiar Herodes, enviou mensageiros para fazer à Jesus a pergunta: Você é o que era de vir ou nós deveríamos esperar outra pessoa? (Mt. 11:3). Esta pode parecer uma pergunta estranha de um homem a quem os Evangelhos apresentam como o precursor profético de Jesus e como o que havia proclamado que Jesus era o Messias. Porém, Jesus não reprovou a pergunta de João. Ele não disse, você tem que ter fé; elimine suas dúvidas. Nem Ele o repreendeu, Se você não crê, você irá para o inferno e perderá o céu. Ao invés disto, Jesus recontou as distintivas características do ministério dele:



Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim. (Mt. 11:4-6; veja também Lucas 7:22)



O trabalho de cura e ensino de Jesus servia como evidência positiva da sua identidade messiânica, porque eles cumprem as predições messiânicas das escrituras hebraicas18. O que Jesus reivindicou é isto:



1.

Se alguém fizer certos tipos de ações (os atos citados acima), esse alguém, então, é o Messias.
2.

Eu estou fazendo esses tipos de ações.
3.

Então, eu sou o Messias.



Esta sucessão lógica é chamada uma forma modus ponens (modo de afirmar) de argumento e é uma ferramenta conveniente de pensamento: Se P, então Q; P, conseqüentemente, Q. O argumento recorre às afirmações empíricas do trabalho poderoso de Jesus como sua base efetiva. Os atos que Jesus citou apontam as suas credenciais apologéticas cruciais como o Messias, o que era de vir.



Em outra ocasião, Jesus curou novamente no Sábado e os dirigentes religiosos o desafiaram novamente por quebrar o dia sagrado trabalhando. Ele respondeu, Meu Pai ainda está trabalhando e eu também trabalho. Os contestadores de Jesus viram as suas afirmações como blasfêmias não só porque ele que quebrou o Sábado, mas ele estava chamando a Deus como seu próprio Pai, se fazendo igual com Deus (Jo 5:17-18). Os judeus antigos às vezes recorreram a Deus como Pai, mas não com o possessivo “meu Pai”, uma vez que eles pensavam que isto sugeriria uma relação muito íntima entre o Criador e a criatura.



Em vez de negar esta conclusão, Jesus fez seis outras afirmações que reforçam a sua conclusão de que Ele estava, na realidade, se fazendo igual com Deus:



1. Ele age da mesma maneira como o Pai dando vida aos mortos (Jo 5:19-21).

2. Ele julga como um representante do Pai e com a autoridade dele (Jo 5:22, 27).

3. Se Ele não for honrado, Deus Pai não é honrado (Jo 5:23).

4. O que acredita em Jesus também acredita em Deus (Jo 5:24-25).

5. Tal como Deus (veja Deut. 30:19-20), ele tem vida em Si mesmo (Jo 5:26).

6. Ele está em completa concordância com o Pai, a quem Ele agradou perfeitamente, uma afirmação que nenhum judeu nas escrituras hebraicas tinha feito (Jo 5:30).



Jesus, porém, não deixou a questão somente com as assertivas dele. Ele acionou a apologética para recorrer à evidência a qual os seus ouvintes teriam tido acesso:



1. João Batista, um profeta respeitado, testemunhou a identidade de Jesus (Jo 5:31-35).

2. Os milagres de Jesus também testemunharam a identidade dele (Jo 5:36).

3. O Pai testemunhou a identidade de Jesus (Jo 5:37).

4. As Escrituras testemunharam igualmente a identidade dele (Jo 5:39).

5. Moisés testemunhou quem Jesus é (Jo 5:46).



Jesus argumentou com os seus adversários intelectuais e não recuou da emissão de evidências para suas afirmações19. Ele não fez simplesmente afirmações, ameaçou com punições a esses que discordaram ou atacou os seus adversários como um não-espiritual. Ele dava muito valor aos argumentos e evidências.



A apologética cristã dispõe de muitos tipos de evidências na defesa racional da verdade cristã. Nós não precisamos acreditar no evangelho por fé cega. Negando estes fatos, porém, Robert Millet, antigamente o reitor de educação religiosa da Brigham Young University, defendeu afirmações mórmons, apesar da sua admitida falta de prova, dizendo que a fé cristã é dependente da aceitação de um milagre divino que aconteceu na manhã de Páscoa para qual não há nenhum evidência20. Ele argumenta, então, se a crença cristã na Ressurreição não tem prova, mas é aceitável, então o pulo mórmon de fé está justificado também.



Isto é um argumento a fortiori; mas é falso que não há nenhuma prova da ressurreição de Jesus. Jesus ensina, como também a história da apologética, argumentando contra este tipo de fideísmo (fé contra ou sem prova objetiva) que Millet associa injustamente com o Cristianismo e justamente associa com Mormonismo. O próprio apóstolo Paulo citou muitas testemunhas que viram o Cristo ressuscitado, algumas das quais ainda estavam vivendo na ocasião em que ele escreveu (1 Cor. 15:5-8). O filósofo contemporâneo e apologista William Lane Craig escreveu amplamente sobre a prova histórica para a ressurreição de Jesus. Ele também publicou debates com estes que negam esta verdade. A prova inclui a confiabilidade histórica geral dos Evangelhos, como também os específicos e bem-atestados fatos individuais da tumba vazia, os muitos aparecimentos de Jesus para várias pessoas em tempos diferentes e a proclamação da Ressurreição pelos apóstolos apesar do fato que era contrário ao que eles esperavam do Messias. Outras explicações para a crença na Ressurreição, tais como isto sendo uma alucinação ou um mito criado mais tarde, simplesmente não se ajusta ao fatos21. Uma vez que a crença na ressurreição de Jesus deveria ser e é baseada em prova histórica, o argumento de Millet que as doutrinas mórmons fundamentais não requerem nenhuma prova é refutada22.
O USO DE ARGUMENTOS REDUCTIO AD ABSURDUM POR JESUS

Os filósofos e outros debatedores usam argumentos redutio ad absurdum. O termo significa redução ao absurdo. Quando bem aplicados, eles são uma poderosa refutação de uma posição ilógica. O argumento toma uma ou mais idéias e demonstra que elas conduzem a uma conclusão absurda ou contraditória. Isto prova que as idéias originais devem ser falsas. Para tal argumento funcionar, tem que manter a relação lógica entre as condições e o suposto absurdo deve ser verdadeiramente absurdo. Considere o uso apologético de Jesus de redutio ad absurdum defendendo a sua identidade como o Messias.



Jesus perguntou aos Fariseus, Dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi. Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés?. Citando o Salmo 110:1, Jesus recorreu a uma fonte que os Fariseu aceitavam. Ele concluiu com a pergunta: Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho?, a qual, como registrou Mateus, silenciou a platéia (veja Mt. 22:41-46). O argumento pode ser declarado como segue:



1. Se Cristo for somente o humano descendente de Davi, Davi não o poderia tê-lo chamado Senhor.

2. Davi chamou Cristo de Senhor em Salmos 110:1.

3. Acreditar que Cristo era Senhor de Davi e somente seu descendente humano (que não poderia ser o seu Senhor) é absurdo.

4. Então, Cristo não é somente o humano descendente de Davi.



Jesus indicou que não negava a conexão ancestral de Cristo para Davi, uma vez que o próprio Jesus é chamado de Filho de Davi nos Evangelhos (Mt. 1:1), e Jesus aceitou o título sem objeção (Mt. 20:30-31). Jesus mostrou suficientemente que Cristo não é somente o Filho de Davi. Cristo também é Deus e era assim nos tempos de Davi. Usando este argumento reductio ad absurdum, Jesus ampliou as suas platéias discernindo quem Cristo é e que Ele mesmo é o Cristo23.



Jesus empregou outro reductio ad absurdum quando os Fariseus tentaram desacreditar a sua reputação como exorcista o acusando com expulsar demônios pela ação de Belzebu, o príncipe de demônios. Em outras palavras, a reputação de Jesus como um milagreiro santo era imerecida. O que pareciam ser milagres divinos realmente provinha de um ser demoníaco. A respeito desta acusação, Jesus pegou as premissas deles e tirou como conclusão um absurdo:



Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes. (Mt. 12:25-27)



Nós podemos colocar isto, passo por passo, deste modo:



1. Se Satanás fosse dividido contra ele mesmo, seu reino seria arruinado.

2. O reino de Satanás, porém, não está arruinado (uma vez que a atividade diabólica continua). Pensar de outra forma é absurdo.

3. Então, (a) Satanás não expulsa Satanás.

4. Então, (b) Jesus não pode livrar as pessoas de Satanás através de poder satânico.



Além disso, os Fariseus também praticavam o exorcismo e, se Jesus expulsou demônios por Satanás, então os Fariseus têm que concordar que eles também poderiam estar expulsando demônios por Satanás (Mt. 12:27). Os próprios Fariseus têm que rejeitar esta acusação como absurda. Então, Jesus não podia ser acusado de exercer poder satânico através de seus exorcismos. Jesus dispôs dois poderosos argumentos reductio em apenas algumas poucas frases.



Argumentos reductio ad absurdum são ferramentas poderosas para defender a verdade cristã. Esses que afirmam que a moralidade é completamente relativa ao indivíduo pensam que esta visão defende a tolerância, evita o dogmatismo e é preferível à crença cristã em absolutos morais. A afirmação, contudo, que (1) toda a moralidade é relativa logicamente insinua que (2) a crença de qualquer um é certa se estiver certa para ele e que não há nenhum padrão mais alto para o qual se é responsável. O relativismo, porém, conduz a muitas conclusões absurdas como: (3) a moralidade de Osama bin Laden é certa para ele, assim nós não deveríamos julgá-lo, e (4) a moralidade nazista é certa para os nazistas, então, nós não deveríamos julgá-los. Em outras palavras, o relativismo moral é reduzido a niilismo moral, mas o niilismo moral é absurdo e é, consequentemente, falso. Através de contraste, a moralidade cristã é de longe mais convincente.


ADAPTANDO-SE À MENTE DE CRISTO

Este breve artigo não faz justiça à riqueza dos argumentos filosóficos e apologéticos de Jesus através uma extensa variedade de pontos importantes. Porém, nossa amostragem de Jesus argumentando traz em si uma séria questão à acusação de que o Jesus elogiou a fé acrítica no lugar de argumentos racionais e que Ele não teve nenhuma carga com consistência lógica. Pelo contrário, Jesus nunca desconsiderou o apropriado e rigoroso funcionamento de nossas mentes dadas por Deus. O seu ensino recorreu à pessoa inteira: à imaginação (parábolas), à vontade, e às habilidades de argumentação.



Com toda sua honestidade em informar as excentricidades dos discípulos, os escritores do Evangelho nunca narraram uma situação na qual Jesus foi intelectualmente impedido ou sobrepujado em um argumento; nem Jesus encorajou uma fé irracional ou mal informada por parte dos seus discípulos. Com Jesus como nosso exemplo e Senhor, as Escrituras Sagradas como nosso fundamento (2 Ti. 3:15-17), e o Espírito Santo como nosso Professor (Jo 16:12-15), nós deveríamos, prazerosamente, sanar as dúvidas bíblicas para estar em vantagem ao mundo, por Cristo e o pelo seu reino (2 Cor. 10:3-5).


NOTAS

1. Veja Carl F. H. Henry, God, Revelation, and Authority (Waco, TX: Word Books, 1979), 3:164247.

2. Todas as citações da Bíblia são da Almeida Corrigida e Fiel (alteração do tradutor. No artigo original, as citações são da NVI)

3. Veja Douglas Groothuis, On Jesus (Belmont, CA: Wadsworth/Thomson Learning, 2002), cap. 47.

4. Veja John Stott, Christ the Controversialist (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1970), 18.

5. Dallas Willard, Jesus, the Logician, Christian Scholars Review 28, 4 (1999): 607.

6. James Sire, Habits of the Mind: Intellectual Life as a Christian Calling (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2000), 203.

7. Michael Martin, The Case against Christianity (Philadelphia: Temple University Press, 1991), 167.

8. Ibid.

9. Veja o Mt. 23:1-12; Lucas 14:1-14; 18:9-14.

10. Martin, 167.

11. Nas afirmações e credenciais de Jesus, veja Douglas Groothuis, Jesus in an Age of Controversy (Eugene, OR: Harvest House, 1996; Wipf and Stock reprint, 2002), especialmente os capítulos. 13-14.

12. Outro exemplo de Jesus escapando de escolhas difíceis é encontrado em Mt. 22:15-22. Veja Groothuis, On Jesus, 26-27.

13. Veja Groothuis, On Jesus, caps. 1 e 3.

14. Veja James Hanick and Gary Mar, What Euthyphro Couldnt Have Said, Faith and Philosophy 4, 3 (1987): 24161.

15. Por exemplo, veja Lucas 11:11-12; 12:45; 67; 24; 27-28; 54-56; 13:14-16; 14:16; 18:18.

16. Introdução, em Escrituras budistas, ed. Edward Conze (New York: Penguin Books, 1959), 1112.

17. Os textos budistas estão muito distantes do tempo do Buda e são tão ambíguas com mitos que, fora o ensino das Quatro Nobres Verdades, eles são provavelmente nada fidedignos.

18. Veja Is. 26:19; 29:18-19; 35:46; 61:12.

19. Veja Sire,191-192.

20. Citado em Lawrence Wright, Lives of the Saints, The New Yorker, 21 January 2002, 51.

21. Veja Paul Copan and Ronald Tacelli, eds., Jesus Resurrection: Fact or Figment: A Debate between William Lane Craig and Gerd Ldeman (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2000).

22. Para uma história esclarecedora de Mormonismo, veja Richard Abanes, One Nation under Gods: A History of the Mormon Church (New York: Four Walls Eight Windows, 2002).

23. Também veja Atos 2:29-36; 13:3-9; Heb. 1:5-13.



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