segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Hora da Sua Glória

"Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem... Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei" (Jo 12.23,28).

Por que o Pai celestial fala aqui de uma dupla glorificação do Seu nome através do Filho: "Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei"? Simplesmente porque o Senhor Jesus deveria glorificar a Seu Pai duas vezes, ou seja, primeiramente pela Sua vida, pela Sua vinda a este mundo, e em segundo lugar pela Sua morte na cruz e Sua ressurreição.

Quando nos referimos à hora da glória de Jesus Cristo, falamos:

• Da glória da Sua vida
• Da glória do Seu sofrimento
• Da glória da Sua ressurreição

A glória da Sua vida

Estamos em abril de 1999 depois de Cristo (não depois de Buda, Maomé, Confúcio, Augusto, César, Napoleão, Gandhi, Marx ou Lenin). Nenhum homem deixou tantos rastros neste mundo como a vida do Senhor Jesus Cristo. Toda a Sua vida e toda a Sua existência tinham apenas um alvo: "Pai, glorifica o teu nome!" E o Pai podia dizer: "Eu o glorifiquei." O objeto desse profundo anseio era a humanidade nesta terra, na verdade, cada pessoa individualmente. O Deus Eterno se preocupa com você de maneira bem pessoal! Nós – você e eu – não somos indiferentes para o Senhor, pois Ele "deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (1 Tm 2.4). Por isso Ele enviou Seu amado Filho unigênito (Jo 3.16).

A encarnação do Filho de Deus

O Filho veio a este mundo para trazer a glória de Deus, para torná-la acessível a nós, homens miseráveis, perdidos, carregados de pecados, e para nos introduzir nessa glória. De que glória se trata? O próprio Senhor Jesus Cristo respondeu esta pergunta na oração sacerdotal quando disse: "e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo" (Jo 17.5). Em Sua própria pessoa Jesus nos trouxe a glória de Deus, glória tão grande que homem nenhum pode suportá-la, glória que Ele já tinha junto ao Pai antes da fundação do mundo. Ele é a glória, pela qual Moisés já suplicou: "Rogo-te que me mostres a tua glória" (Êx 33.18). A esse pedido, Deus teve de responder: "Farei passar toda a minha bondade diante de ti... Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá... Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado. Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá" (Êx 33.19-20 e 22-23). Essa já foi uma visão profética de Jesus Cristo, que viria a esta terra como expressão da bondade e da mão de Deus em pessoa. Mil e quinhentos anos mais tarde, isso se tornou realidade: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (Jo 1.14).

Trata-se da mesma glória do Deus Eterno, diante da qual Isaías sucumbiu quando viu numa visão divina apenas as abas das Suas vestes no templo. Nesse momento, esse grande profeta viu toda a sua transitoriedade e a de seu povo. Ele viu a sua impureza e a impureza de seus lábios e disse: "ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!" (Is 6.5). Isaías era um profeta santo, vocacionado por Deus; mas quando viu o Senhor em Sua glória, o medo tomou conta dele.

Alguma vez você já teve medo diante de Deus? Você deveria saber: para qualquer pessoa sem Jesus, "horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hb 10.31), pois Ele é "fogo consumidor" (Hb 12.29). A respeito, um exemplo do Antigo Testamento: quando Davi quis trazer a arca da aliança de Quiriate-Jearim a Jerusalém, aconteceu o seguinte: "Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro" (1 Cr 13.7). Esse não era o modo de transportá-la que Deus havia ordenado; deveriam ser usados varais para levá-la (comp. Êx 37.1-5). Por isso a bênção do Deus Eterno não podia repousar sobre esse empreendimento. Quando os bois tropeçaram próximos ao destino, a arca quase caiu e Uzá estendeu a mão previdentemente para impedi-lo (1 Cr 13.9), lemos: "Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá e o feriu, por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus" (v.10). Uzá teve de morrer porque a arca só podia ser transportada com varais e não devia ser tocada: "...nas coisas santas, não tocarão, para que não morram" (Nm 4.15). Por causa da morte repentina de Uzá, "Davi se encheu de tristeza" (1 Cr 13.11) e "temeu Davi ao Senhor" (v.12, Ed. Rev. e Corrigida).

Essa santidade e glória foram vistas por Isaías, e sobre elas João escreveu mais tarde: "Isto disse Isaías porque viu a glória dele e falou a seu respeito" (Jo 12.41). Repetimos: Jesus já tinha esta glória antes da fundação do mundo.

Essa glória também encheu o primeiro templo por ocasião da sua dedicação, razão porque os sacerdotes foram incapazes de ministrar ali: "...a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus" (2 Cr 5.13b e 14). E séculos mais tarde essa glória apareceu no Filho de Deus feito homem. Quem somos nós, homens? Perdidos, traídos e vendidos, entregues ao pecado, desesperados e sem esperança. Jamais poderíamos ter suportado a glória de Deus – se Ele próprio não interviesse. Mas Ele o fez! Pois, na plenitude do tempo Ele enviou o Seu Filho a fim de que tivéssemos acesso a essa glória inacessível. Sobre Sua encarnação humana está escrito: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória ("shekiná") como do unigênito do Pai" (Jo 1.14). Assim Deus Se tornou homem em Jesus. Ele veio até nós, porque não podíamos ir até Ele.

Jesus Cristo é a "shekiná" (nuvem da glória de Deus) do Antigo Testamento, pela qual Moisés anelava tão ardentemente. Então essa glória, diante da qual ninguém podia subsistir, trouxe até nós a glória de Deus quando Jesus se tornou perfeitamente homem: "antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana" (Fp 2.7).

Em algum momento de silêncio você já parou para pensar no que Deus fez por você em Jesus Cristo? Caso afirmativo, você não pode mais duvidar do Seu amor!

O Pai glorifica o Seu nome pela maneira de viver do Seu Filho

Em toda a Sua vida terrena Jesus trouxe a "doxa" (grego) do Pai, isto é, a glória de tudo aquilo que o Pai é e tem. Pela Sua obediência perfeita Ele fez tudo o que o Pai queria. Ele trouxe a nós todo o bem da parte de Deus: Seu amor, Seu desejo de salvar, Sua misericórdia.

A Bíblia Viva diz em Lucas 1.76-79: "E você, meu filhinho, será chamado profeta do glorioso Deus, porque preparará o caminho para o Messias. Você dirá ao seu povo como encontrar a salvação por meio do perdão dos pecados que praticam. Tudo isso será porque a misericórdia do nosso Deus é muito bondosa e a aurora celestial logo vai raiar sobre nós, para dar luz àqueles que se acham na escuridão e na sombra da morte, e para guiar-nos pelo caminho da paz." A misericórdia de Deus para conosco é assim como uma mãe lida com seu bebê recém-nascido, com atenção e ternura e cheia de cuidados ao tratar dele. É possível expressar de maneira mais bela e impressionante o que Deus quer e o que Ele fez em Jesus? De fato foi isso que aconteceu: Jesus viveu e agiu dentro daquilo que o Pai esperava dEle. Ele nos trouxe a glória da bondade e da misericórdia de Deus.

Jesus foi totalmente diferente do que freqüentemente nos é apresentado pela religiosidade e com maneirismos piedosos. Um dia Ele saiu da cidade de Jericó. Dois cegos à beira do caminho ouviram que Jesus passava por ali e clamaram em alta voz: " Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós! ...Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!" (Mt 20.30b-31). Então Jesus os chamou. Depois que Lhe pediram que lhes abrisse os olhos, lemos em Mateus 20.34: "Condoído, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo." "Jesus encheu-se de misericórdia por eles e tocou seus olhos. Imediatamente eles puderam enxergar, e seguiam a Jesus" (A Bíblia Viva).

Jesus também glorificou o Pai ao recusar qualquer glória terrena. Depois de ter estado durante 40 dias no deserto, Ele foi tentado pelo diabo. Este o levou a um alto monte e num momento lhe mostrou todos os reinos do mundo e disse-Lhe: "Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua" (Lc 4.6-7). Um dia o anticristo aceitará esta oferta diabólica. Mas Jesus respondeu a Satanás: "Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto" (v.8). Jesus seguiu o caminho traçado pelo Pai de uma maneira perfeita, o caminho da obediência, o caminho para glorificar a Deus, o caminho para nos salvar. Ele não permitiu que qualquer coisa O detivesse ou ofuscasse Seu objetivo.

A maioria de nós é bem diferente. Freqüentemente ainda procuramos a glória deste mundo e nos deixamos enganar, prender ou influenciar por aquilo que o mundo tem a nos oferecer. Quanto ainda podemos estar fascinados pelos catálogos da glória deste mundo! Automóveis novos com sua tecnologia moderna nos entusiasmam. Somos capazes de conversar horas e horas a respeito. E quanto às férias: muitos de nós não vivem o ano inteiro pensando na época das férias? Também os cristãos não estão livres da cobiça, da ganância e do amor ao dinheiro. Alguém disse: "O abuso de algo em si inofensivo é a índole do pecado". E A.T. Pierson escreveu em um de seus livros:

Nos lares cristãos de todo o mundo há tantas jóias de ouro e prata e adornos inúteis que se poderia, com esse valor, construir uma frota de navios, enchê-los com Bíblias e missionários, construir uma igreja em cada rincão remoto e, dentro de alguns anos, confrontar cada alma com o evangelho".

Sobre as pessoas que correm atrás de riquezas e dinheiro está escrito: "Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos" (Tg 1.11). Todo desejo de ser reconhecido, famoso e glorioso neste mundo é um engano do diabo. Por isso a Bíblia adverte com grande seriedade: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência..." (1 Jo 2.15 e 17a).

Também nesse sentido Jesus foi nosso grande exemplo. Quanto Ele amou Seu Pai! Em tudo Jesus revelou o Pai e assim também a Sua glória. Foi o que aconteceu no povoado de Caná, onde Jesus foi convidado para um casamento. Quando surgiu um problema constrangedor e se falou com Jesus sobre o assunto, Ele disse: "Ainda não é chegada a minha hora" (Jo 2.4). Mas ao chegar a hora da parte do Pai, está escrito: "...manifestou a sua glória" (v.11). – Encostadas em um canto estavam as jarras de água vazias, imóveis, frias e despercebidas. As pessoas festejavam, comiam, bebiam, riam e cantavam ao seu lado, sem lhes dar a menor atenção. Numa festividade dessas, quem se interessaria por essas jarras de água comuns? – o centro da festa era bem outro. Somente uma pessoa não deixou de observá-las em meio aos festejos e ao burburinho. Os olhos de Jesus pousaram sobre elas, Ele as viu. E justamente por meio destas jarras insignificantes e vazias Ele quis glorificar-Se. A festa continuava despreocupada e alegre. Mas repentinamente tudo ficou ameaçado e se encaminhava para um fim desastroso. Não havia mais vinho! Justamente nessa situação sem saída Jesus fez o Seu primeiro milagre. Das jarras de água colocadas de lado Ele fez recipientes do melhor vinho, transformando em vinho a água que se havia despejado nelas: "manifestou a sua glória."

Essas jarras de água vazias simbolizam nossa vida. Ela pode ser tão fria, dura, vazia e terrivelmente deixada de lado. A vida também pode passar por nós com suas festas e danças, deixando-nos de lado. E antes de nos darmos conta, ela está no fim. Mas Jesus vê cada pessoa individualmente. Ele gostaria que você se tornasse recipiente da Sua glória. Ele gostaria tanto de trazer Sua glória para dentro da sua vida, pois em você também deve acontecer uma mudança para melhor. Talvez esta seja a hora mais decisiva da sua vida – a hora da Sua glória para você!

Em tudo Jesus viveu para a glória de Seu Pai e para que as pessoas tivessem acesso a ela. Quando Sua vida estava chegando ao fim, o Pai confirmou o que Seu Filho havia feito: "Eu já o glorifiquei (meu nome)..." Mas como o nome do Pai devia receber glória ainda maior, Ele continuou dizendo: "...e ainda o glorificarei" (Jo 12.28). E no fim de nossa vida, o que se dirá?

A glória do Seu sofrimento

Jesus tinha um grande desejo no coração, que era o de consumar a obra do Pai para a salvação da humanidade na cruz. Em João 12 ouvimo-Lo dizer: "É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem... Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que lhe falou. Então, explicou Jesus: Não foi por mim que veio esta voz, e sim por vossa causa. Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso" (Jo 12.23 e 27-31).

No relato dos sofrimentos de Jesus lemos o quanto o Senhor da glória foi maltratado por ocasião do Seu julgamento: "Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!" (Mt 26.67-68). As mãos dos homens que Ele criara O esbofeteavam. Sem Ele, na verdade, ninguém pode levantar a mão, pois: "Na sua mão está a alma de todo ser vivente..." (Jó 12.10). Mas o Filho de Deus deixou-Se pregar na cruz pelas mãos dos soldados romanos – por nossa causa. Tirou-se o chão firme debaixo dos Seus pés e levantou-se a cruz. Ali estava Ele dependurado entre o céu e a terra. Jesus realmente não tinha mais nada, e com Ele acontecia exatamente o que fora profetizado centenas de anos antes: "Depois das sessenta e duas semanas (semanas de anos), será morto o Ungido e já não estará..." (Dn 9.26). Na cruz Jesus não podia estender os Seus braços para cima, mas Ele abraçou o mundo inteiro. Ele foi tão abandonado que exclamou: "Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mc 15.34). Ali clamava o Filho de Deus, o Criador. Ali clamava Aquele sem o qual ninguém pode viver, sem o qual ninguém pode existir. Dele está escrito: "Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó" (Jó 34.14-15).

Mas Jesus Cristo foi movido por Seu amor ao Pai e por nós homens. Por isso o Senhor da glória permitiu voluntariamente que tudo isso acontecesse com Ele e se deixou crucificar. Justamente nisso consistiu o Seu triunfo, de expulsar o diabo do mundo e de atrair as pessoas para Si e glorificar o Pai ao ser levantado na cruz. Se quisermos o Senhor da glória, temos de ir a esta cruz. Aquele que não tem Jesus Cristo, perde tudo!

A glória da Sua ressurreição

Na infinita profundeza do caminho de Sua vida, de Seu sofrimento e de Sua morte na cruz está a imensurável grandeza da Sua glória. Em Filipenses 2.8-9 está escrito: "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome." A morte não conseguiu deter Jesus Cristo. Ele venceu a morte. Chegou a manhã da Páscoa!

A Sua ressurreição é o triunfo da Sua glória. Ele disse aos discípulos de Emaús: "Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?" (Lc 24.26). A sua ressurreição é a hora da Sua glória. Que triunfo, que fruto!

A ressurreição de Jesus Cristo é a resposta de Deus a qualquer insurreição, qualquer julgamento, qualquer demonstração de poder ou qualquer escárnio dos homens. Mas ela também é o consolo para todos os que crêem nEle!

O triunfo da ressurreição e da ascensão de Jesus Cristo conflui para a hora da Sua volta. No Monte da Transfiguração, quando Moisés e Elias falavam com Jesus sobre a Sua partida em Jerusalém, os discípulos tiveram uma visão profética antecipada da Sua glória e da Sua volta. Referindo-se a ela, Pedro escreveu: "Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é meu Filho amado, em quem me comprazo. Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo" (2 Pe 1.16-18). De acordo com Tito 2.13, a Igreja aguarda a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.

O triunfo da ressurreição e da glória de Jesus consiste em que Sua Igreja já é incluída em espírito na Sua glória e participa da Sua glória. Pois Deus "...juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef 2.6). E em Filipenses 3.20-21 está escrito: "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas." O maravilhoso disso é: a grande cidade, a Jerusalém celestial, o lar dos salvos, "não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada" (Ap 21.23).

O triunfo da ressurreição e da glória de Jesus Cristo também consiste em glorificarmos Seu nome por meio do nosso procedimento aqui sobre a terra. Mas devemos nos perguntar: estamos realmente em condições de fazê-lo, se nem temos anseio por fazer a Sua vontade; se não vivemos para a Sua glória, porque não renunciamos às "glórias" deste mundo? Quem de nós ainda tem a ousadia de orar como Jim Elliot? Ele escreveu em seu diário:

Pai, faz-me fraco para que eu perca a força de agarrar-me às coisas deste mundo: minha vida, minha reputação, minha propriedade – Senhor, toma de mim a tendência da minha mão de agarrá-las e segurá-las. Ah, Pai, que de mim se apague o simples desejo de acariciá-las.

João Batista também tinha essa índole. Ele disse em relação ao Senhor Jesus: "Convém que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3.30). A Bíblia Viva diz: "Ele deve tornar-Se cada vez maior, e eu devo diminuir cada vez mais."

Será que temos condições de glorificar o Seu nome pelo nosso proceder aqui na terra, se não estamos dispostos a seguir o caminho da morte e a considerar-nos crucificados com Ele? Certamente não! Pois se continuamos presos ao pecado e não vivemos segundo os desígnios de Deus, então vivemos longe de Sua glória. Jesus disse: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto (amor) ...eu vos escolhi a vós outros e vos designei (propósito) para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça" (Jo 15.8,16). O ato de ir é o fruto. Pois o importante é obedecer-Lhe e, antes de mais nada, largar tudo o que nos impede de ir.

Se você não buscar a Jesus como a sua porção mais gloriosa, você nunca encontrará a Sua glória. Mas aquele que, como outrora Moisés, implorar com todo o anseio do seu coração: "Rogo-te que me mostres a tua glória!", este também experimentará Sua maravilhosa promessa: "Farei passar (em meu Filho Jesus) toda a minha bondade diante de ti!" Ou para dizê-lo com Romanos 8.32: "Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?"

(Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, abril de 1999.

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